Bombardeio russo deixa seis mortos e destruição em Kiev
Rússia dispara mais de 400 drones e 18 mísseis em ataque que devastou a capital ucraniana na madrugada desta sexta-feira
INTERNACIONALA capital da Ucrânia, Kiev, voltou a ser alvo de um violento ataque aéreo russo na madrugada desta sexta-feira, 14. Ao menos seis pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas, incluindo uma mulher grávida, segundo informaram as autoridades locais. O bombardeio deixou prédios residenciais em ruínas e gerou incêndios em diferentes pontos da cidade, enquanto explosões ecoavam pela madrugada e iluminavam o céu noturno.
Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Rússia utilizou ao menos 430 drones e 18 mísseis no ataque — o maior contra Kiev nas últimas três semanas. “Foi um ataque especialmente calculado para causar o máximo de danos possível às pessoas e aos civis”, escreveu o presidente em publicação no Telegram.
Além da capital, as cidades de Odessa, no sul, e Kharkiv, no nordeste, também foram alvos de bombardeios. A ofensiva intensificou-se com a proximidade do inverno europeu, e especialistas acreditam que a estratégia russa esteja voltada a danificar a infraestrutura elétrica do país, como forma de desestabilizar a resistência civil e militar ucraniana nos meses mais frios do ano.
A Rússia, por outro lado, negou ter atacado áreas civis. Em comunicado oficial, o Ministério da Defesa russo afirmou que os mísseis e drones atingiram “instalações militares-industriais e energéticas” em território ucraniano.
O presidente Zelensky informou que a defesa aérea ucraniana conseguiu derrubar 14 dos 18 mísseis lançados, graças ao uso dos sistemas Patriot, fabricados pelos Estados Unidos. Ele voltou a pedir à comunidade internacional o envio de mais equipamentos semelhantes, considerados cruciais para proteger a população dos ataques contínuos.
“A proteção de vidas depende da nossa capacidade de defesa aérea. Precisamos de mais sistemas Patriot, precisamos deles com urgência”, destacou Zelensky.
Enquanto os ataques aconteciam, ministros da Defesa de diversos países europeus se reuniam em Berlim para discutir o apoio contínuo à Ucrânia. O ministro ucraniano Denys Shmyhal participou da conferência de forma remota e agradeceu o suporte internacional.
Apesar dos esforços diplomáticos liderados pelos Estados Unidos ao longo deste ano, a guerra, que já se arrasta há quase quatro anos, continua sem perspectivas concretas de cessar-fogo. O mais recente bombardeio amplia ainda mais a crise humanitária e mantém a tensão elevada na região.