Ricardo Magatti | 14 de novembro de 2025 - 17h45

Palmeiras tenta acordo para evitar suspensão de Vitor Roque por postagem polêmica

Atacante foi denunciado por ato considerado homofóbico e julgamento está marcado para a próxima segunda-feira

FUTEBOL BRASILEIRO
Vitor Roque pode ser punido pelo STJD por publicação homofóbica. - (Foto: Taba Benedicto/Estadão)

O Palmeiras está em busca de um acordo com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para evitar que o atacante Vitor Roque seja suspenso por uma postagem considerada homofóbica nas redes sociais. O julgamento do jogador está marcado para a próxima segunda-feira, 17, na 2ª Comissão Disciplinar do tribunal.

A polêmica começou após a vitória do Palmeiras sobre o São Paulo por 3 a 2, quando Vitor Roque publicou uma imagem de um tigre — animal que o representa no futebol — com um veado na boca. A postagem foi interpretada como uma provocação de cunho homofóbico, levando a Procuradoria do STJD a denunciá-lo com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de atos discriminatórios.

Se condenado, o atacante pode ser punido com uma suspensão que varia entre cinco e dez jogos, além de multa que pode ir de R$ 100 a R$ 100 mil. Para evitar a sanção mais grave, os advogados do Palmeiras entraram com um pedido de transação disciplinar — mecanismo previsto no próprio CBJD — que permite substituir o julgamento por outro tipo de punição, como pagamento de multa, geralmente em valor mais elevado.

Esse tipo de acordo, no entanto, precisa ser homologado pela Procuradoria do STJD, que ainda analisa o pedido. Caso não haja entendimento, o julgamento será realizado na data já prevista.

Durante coletiva de imprensa nesta semana, Vitor Roque minimizou o episódio e negou intenção ofensiva. “A cabeça está tranquila. Não vejo (motivo) para uma suspensão como muitos estão falando”, declarou. O atacante está atualmente com a seleção brasileira, em preparação para os amistosos contra Senegal e Tunísia, e por isso não jogará o clássico contra o Santos neste sábado.

O jogador também pediu desculpas a quem se sentiu ofendido. “Acho que uma conversa educativa já é válida. Mas também queria falar que não foi nada para o lado da homofobia. Foi só uma brincadeira, que postei sem maldade. Quem achar isso, peço desculpas”, disse.

Nos bastidores, a diretoria do clube paulista tem se mobilizado para que o caso não gere mais repercussão negativa, especialmente por envolver um tema sensível como discriminação. A estratégia é resolver a situação rapidamente e evitar que o atacante fique fora de partidas decisivas da temporada.

A transação disciplinar é uma alternativa frequentemente utilizada para encerrar processos antes do julgamento, especialmente quando há reconhecimento da infração e disposição para reparar o ato com ações educativas ou punições financeiras.

Até o momento, o STJD não se manifestou oficialmente sobre o andamento do pedido de acordo feito pelo clube.