Redação O Estado de S. Paulo | 14 de novembro de 2025 - 15h15

Tarcísio diz que diploma "perde relevância", mas dados mostram vantagem no ensino superior

Governador afirma que mercado valoriza habilidades mais que formação; estudos da OCDE indicam maior renda para quem tem diploma.

EDUCAÇÃO
Tarcísio afirmou que mercado valoriza habilidades mais que diplomas, mas dados mostram vantagem para quem conclui ensino superior. - Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (13) que o mercado de trabalho está “cada vez mais desapegado” do diploma universitário. A declaração foi dada durante um evento sobre a expansão do Ensino Médio Técnico no Estado.

Para ele, a formação superior está perdendo importância:
“O diploma cada vez tem menos relevância. O mercado está cada vez mais interessado em saber quais são suas habilidades e menos onde você se formou.”

Tarcísio destacou como habilidades valorizadas atualmente: boa comunicação, domínio da língua portuguesa, capacidade de desdobrar grandes problemas em partes menores e conhecimento de idiomas.
“Bom gerente é aquele que se comunica 90% ou 95% do tempo”, afirmou.

A fala ocorre às vésperas da aplicação do segundo dia do Enem, neste domingo (16), quando cerca de 5 milhões de jovens buscam uma vaga no ensino superior.

Especialistas defendem importância da universidade - Apesar de reconhecerem o valor do ensino técnico para inserir jovens no mercado e aproximar a formação do setor produtivo, especialistas afirmam que o Brasil ainda precisa aumentar o número de pessoas com diploma universitário.

Atualmente, apenas 24% dos brasileiros de 25 a 64 anos têm ensino superior — índice bem abaixo da média de 49% dos países da OCDE.

Segundo o relatório Education at a Glance 2025, da OCDE, a conclusão do ensino superior melhora significativamente as chances de emprego e resulta em salários muito mais altos.

Os dados mostram que brasileiros com diploma ganham, em média, 148% a mais do que quem concluiu apenas o ensino médio — diferença muito superior à média da OCDE, de 54%.