Mato Grosso do Sul apresenta agenda climática na COP30 e incorpora selo verde da União Europeia
Estado mostra que preservação ambiental, inclusão social e desenvolvimento econômico podem caminhar juntos e firma compromisso de neutralidade de carbono até 2030
SUSTENTABILIDADE EM FOCOEm participação na COP30 — a 30ªConferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorre em Belém (PA), entre 10 e 21de novembro — o Governo do Mato Grosso do Sul apresentou suas iniciativas de desenvolvimento sustentável para o mundo. Sob o mote de uma “revolução silenciosa”, citada pela Embrapa, o Estado reforçou a combinação entre conservação dos biomas, crescimento econômico e inclusão social.
Um dos marcos anunciados foi a adesão ao selo verde da União Europeia, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que assegura a origem sustentável da produção estadual destinada aos mercados europeus. “Nós vamos garantir aos mercados europeus que a gente tem origem e procedência da nossa produção”, disse o governador Eduardo Riedel, após participar de painéis e debates com a delegação sulmatogrossense.
Com 27% de seu território ocupado pelo Pantanal — que mantém 84% de vegetação preservada —, 63% pelo Cerrado e 10% pela Mata Atlântica, Mato Grosso do Sul se posicionou como referência na redução de emissões agropecuárias: entre 2006 e 2022, o Estado registrou queda de 51% nas emissões desse setor. Ainda, 94% da matriz energética estadual é renovável — evidenciando a coerência entre discurso e prática na agenda climática.
A política pública “MSCarbonoNeutro” estabelece o horizonte para que o estado alcance neutralidade de carbono até 2030. A estratégia orienta ações voltadas à economia circular, logística reversa, uso sustentável do solo, expansão de fontes renováveis e valorização das comunidades tradicionais.
Durante a COP30, a delegação estadual, incluindo o secretário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Jaime Verruck e o adjunto Artur Falcette, participou de painéis da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) e da Agrizone da Embrapa. Em todos os espaços, foram apresentadas práticas sustentáveis de referência, com destaque para três empresas sulmatogrossenses que mostraram práticas de economia circular.
“MS teve três empresas que foram selecionadas mostrando as práticas de referência, as chamadas boas práticas”, afirmou Verruck, ressaltando o papel do setor privado em criar um ambiente de investimentos aliado à sustentabilidade.
Projetos estratégicos e valorização do Pantanal - O governador também apresentou o projeto estadual de mercado de carbono, com lançamento previsto para janeiro, por meio de chamamento público para o mecanismo REDD jurisdicional. Os recursos captados devem beneficiar comunidades indígenas, ribeirinhas, produtores rurais e municípios comprometidos com a conservação. A iniciativa se integra à meta de neutralização de carbono e à valorização dos biomas locais.
Outro destaque é a Lei do Pantanal, que instituiu o Fundo Clima Pantanal para remunerar quem conserva o bioma. A proposta reconhece o papel dos produtores rurais e comunidades tradicionais na preservação ambiental.
Com essa articulação entre economia, conservação e inclusão social, Mato Grosso do Sul reforça sua posição de liderança na agenda global de desenvolvimento sustentável e cria um modelo para outros estados brasileiros seguirem.