Cícero Cotrim e Marianna Gualter | 13 de novembro de 2025 - 14h25

Governo libera R$ 7,1 bilhões em crédito para exportadores afetados por tarifas dos EUA

Plano Brasil Soberano ajuda empresas a diversificar mercados após queda de 25% nas exportações aos Estados Unidos

ECONOMIA
Foto: Divulgação / Agência GOV

O Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta-feira (12) um balanço das ações do Plano Brasil Soberano, criado para mitigar os impactos econômicos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo dados do Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), já foram aprovadas 517 operações de crédito, totalizando R$ 7,1 bilhões até o início de novembro.

Desse total, R$ 4 bilhões foram destinados à diversificação de mercados, enquanto R$ 3,1 bilhões reforçaram o capital de giro de empresas afetadas pela perda de competitividade frente às barreiras tarifárias norte-americanas. O programa beneficiou 126 grandes empresas e 391 pequenas, médias e microempresas, reforçando o foco do governo federal em proteger diferentes perfis de exportadores.

Impacto direto das tarifas - De acordo com o relatório, desde agosto de 2025 as exportações brasileiras para os Estados Unidos recuaram US$ 2,5 bilhões, o que representa uma queda de 24,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A SPE ressalta que esse recuo impacta diretamente setores com alta dependência do mercado norte-americano.

Apesar da queda nas vendas para os EUA, o Brasil conseguiu ampliar as exportações totais, que cresceram US$ 5,5 bilhões, ou 6,4%, entre agosto e outubro. Para o governo, os dados indicam sucesso na diversificação dos destinos comerciais, resultado das ações coordenadas pelo Plano Brasil Soberano.

"O impacto das tarifas norte-americanas vem sendo parcialmente compensado pela diversificação de mercados e pelo conjunto de políticas de apoio implementadas, relevantes para sustentar a capacidade produtiva, a geração de empregos e a resiliência do setor exportador", afirma trecho do boletim da SPE.

Além das linhas de crédito emergenciais, o governo federal tem trabalhado em acordos bilaterais, abertura de novos mercados internacionais e estímulo a setores estratégicos para exportação. A ideia é ampliar a presença de produtos brasileiros na Ásia, Oriente Médio e América Latina.

O Ministério da Fazenda também articula com o Itamaraty e com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para revisar e modernizar acordos comerciais que reduzam a dependência dos Estados Unidos como principal destino de exportações brasileiras de determinados setores.