Laysa Zanetti | 13 de novembro de 2025 - 13h45

Wagner Moura é premiado nos EUA por atuação em 'O agente secreto'

Ator brasileiro receberá o Performance Award do IndieWire e fortalece campanha rumo ao Oscar 2026 com filme sobre a ditadura

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
Wagner Moura será premiado pelo IndieWire e reforça campanha do Brasil ao Oscar com 'O agente secreto'. - Foto: Stephane Cardinale

Em plena campanha de divulgação de O agente secreto, filme que representa o Brasil na corrida pelo Oscar 2026 na categoria de Melhor Filme Internacional, o ator Wagner Moura receberá um dos prêmios mais prestigiados do cinema independente dos Estados Unidos. Ele será homenageado com o Performance Award no IndieWire Honors, premiação anual promovida pelo site americano IndieWire, que celebra artistas que se destacaram no audiovisual ao longo do ano.

A cerimônia está marcada para o próximo dia 4 de dezembro, em Los Angeles, e colocará o ator baiano ao lado de nomes de peso como Adam Sandler, Jacob Elordi, Kristen Stewart e Chase Infiniti (do longa Uma batalha após a outra), todos reconhecidos por suas contribuições recentes ao cinema.

Reconhecimento internacional da trajetória - Em sua justificativa, o IndieWire destaca a ascensão de Wagner Moura na indústria cinematográfica global como um dos principais motivos para a escolha. De Pablo Escobar, na série Narcos — papel para o qual precisou aprender espanhol — ao prestigiado Festival de Cannes deste ano, onde se tornou o primeiro ator sul-americano a conquistar o prêmio de Melhor Ator da mostra competitiva, Moura tem consolidado sua imagem como um dos intérpretes mais versáteis e relevantes do cinema contemporâneo.

Seu retorno ao cinema brasileiro com O agente secreto marca um reencontro com as raízes após mais de uma década de trabalhos no exterior. O longa, dirigido por Kleber Mendonça Filho, mergulha no universo político da ditadura militar brasileira com uma estética nostálgica que remete ao suspense dos anos 1970.

"Seu personagem, Marcelo Alves, é mais do que aparenta, e carrega o suspense nostálgico de Kleber Mendonça Filho dos anos 70 por uma montanha-russa de intrigas políticas e imagens surrealistas", descreveu o portal IndieWire. "Embora o pré-selecionado a Melhor Filme Internacional seja muito específico sobre o sofrimento das vítimas da ditadura brasileira, a atuação de Moura como Alves, um homem de princípios em uma sociedade corrupta, ressoa profundamente em nosso momento atual."

Campanha pelo Oscar e bastidores - Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Wagner Moura revelou bastidores da campanha promocional do filme nos Estados Unidos. Trata-se de uma intensa maratona que inclui entrevistas, encontros com membros da Academia, exibições especiais e sessões de perguntas e respostas com o público votante. Todo esse esforço, segundo ele, faz parte de um movimento para valorizar o cinema brasileiro no exterior.

"Você está trabalhando para o seu filme ter um lugar entre os melhores do ano, e acho que isso é trabalhar pelo cinema brasileiro", afirmou Moura. Ele ainda compartilhou um conselho que recebeu da atriz Fernanda Torres, que viveu experiência semelhante com Ainda estou aqui: "Se alimente bem, durma e tente não ficar doente. É legal, mas é cansativo. Não é brincadeira."

O reconhecimento do IndieWire fortalece ainda mais a campanha do Brasil rumo ao Oscar, destacando não apenas o talento de Wagner Moura, mas também a relevância de obras que abordam momentos sensíveis da história nacional com densidade e sofisticação narrativa.