Ex-nora de Lula é alvo da PF por suspeita de intermediar verba do MEC a empresa investigada
Operação Coffee Break aponta atuação da ex-nora do presidente em liberação de recursos para empresa envolvida em fraudes
OPERAÇÃO SEM DESCONTOA Polícia Federal investiga a ex-nora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por possível envolvimento na liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC) para uma empresa acusada de fraudes em contratos públicos. Carla Ariane Trindade, que foi casada com Marcos Cláudio Lula da Silva, é apontada como peça-chave para favorecer a Life Tecnologia Educacional, alvo da operação Coffee Break.
De acordo com a PF, Carla teria atuado para facilitar o repasse de recursos públicos à empresa de André Mariano, que fornecia kits e livros escolares a prefeituras do interior de São Paulo. A empresa teria recebido cerca de R$ 70 milhões, com suspeita de superfaturamento e desvio por meio de empresas de fachada.
As investigações indicam que Carla manteve contato direto com Mariano, chegando a viajar para Brasília ao menos duas vezes com despesas pagas por ele. Registros apontam tentativas de influência junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao MEC. Mensagens e anotações do empresário mencionavam Carla como “nora” e “amiga de Paulínia”, sugerindo uso de sua antiga ligação familiar com o presidente.
Durante ação da PF, foram apreendidos passaporte, celular, computador e documentos na residência de Carla, em Campinas. Ela estava no local com o ex-marido e familiares no momento da abordagem.
A defesa de Carla informou que já pediu acesso aos autos e que se manifestará após analisar a investigação.