13 de novembro de 2025 - 10h55

Mulheres ainda ganham menos que homens no Brasil, aponta IBGE

Em 2023, diferença média de salário foi de 15,8%, mesmo com avanço na presença feminina no mercado formal

DESIGUALDADE
Carteira de Diferença de salários entre homens e mulheres recua, mas ainda é expressiva, diz IBGE - (Foto: Agência Brasil)

Apesar dos avanços em inclusão no mercado de trabalho, a desigualdade salarial entre homens e mulheres persiste no Brasil. Segundo levantamento do IBGE divulgado nesta quinta-feira (13), os homens ganharam em média 15,8% a mais que as mulheres em 2023.

Enquanto eles tiveram salário médio de R$ 3.993,26, elas receberam R$ 3.449, o que representa R$ 544,26 a menos por mês. A disparidade significa que o rendimento das mulheres correspondeu a 86,4% do que foi pago aos homens.

O estudo faz parte das Estatísticas do Cadastro Central de Empresas e leva em conta empresas e instituições com CNPJ ativo. Em 2023, o país tinha 10 milhões de organizações formais, das quais 7 milhões não possuíam pessoal assalariado.

A massa salarial também revela desequilíbrio: homens, que representam 54,5% dos assalariados, concentraram 58,1% do total de rendimentos pagos. Já as mulheres, que formam 45,5% da força assalariada, ficaram com 41,9%.

Os homens estão mais concentrados na indústria (19,4%), no comércio (18,8%) e na administração pública (13%). Já entre as mulheres, a maior presença é justamente na administração pública (19,9%), seguida pelo comércio (18,2%) e setor de saúde (11,1%).

O setor da construção civil segue sendo majoritariamente masculino, com 87,4% de homens. No extremo oposto, áreas como saúde (75%), educação (67,7%) e serviços financeiros (57,5%) têm predominância feminina.

A escolaridade é outro fator decisivo na remuneração. Trabalhadores com nível superior receberam em média R$ 7.489,16 por mês, quase três vezes mais que os sem diploma universitário, que ganham R$ 2.587,52. Apesar disso, 76,4% dos assalariados ainda não possuem ensino superior.