Bradesco e Itaú recorrem contra falência da Oi e pedem novo gestor judicial
Bancos alegam que liquidação prejudica credores e querem retomada do plano de recuperação
CRISE EMPRESARIALBradesco e Itaú Unibanco, dois dos principais credores da operadora Oi, entraram com recurso na Justiça contra o decreto de falência da empresa, expedido pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. As instituições defendem que ainda há viabilidade para manter o plano de recuperação judicial aprovado pelos credores e argumentam que a liquidação é prejudicial ao mercado, aos usuários e ao interesse público.
As manifestações tramitam na Primeira Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio. Os bancos afirmam que a falência imediata compromete a continuidade de serviços estratégicos prestados pela companhia, como os números de emergência 190 (PM) e 193 (Bombeiros), além de contratos ativos com instituições como Caixa Econômica, Petrobras, Americanas, Magazine Luiza e mais de 13 mil lotéricas.
Segundo os recursos apresentados, o juiz de primeira instância ignorou a possibilidade de uma solução negociada entre a Oi, a Anatel e a União. Os advogados dos bancos também pediram a saída do atual gestor judicial, Bruno Rezende, indicado após o afastamento da diretoria, e solicitaram a nomeação de um novo interventor com perfil técnico para executar o plano de recuperação.
Apesar da argumentação dos credores, a juíza Simone Gastesi Chevrand justificou sua decisão com base em relatório do administrador judicial, apontando que a empresa já não possui recursos financeiros nem ativos suficientes para manter suas operações ou honrar compromissos. A dívida estimada da Oi ultrapassa R$ 17 bilhões.
Os bancos requerem efeito suspensivo da falência até o julgamento definitivo do recurso.