Obras sem imposto novo: Gerson Claro defende o crescimento de MS com crédito e equilíbrio fiscal
Presidente da Assembleia Legislativa diz que financiamento de R$ 950 milhões vai garantir infraestrutura sem pesar no bolso do contribuinte
DESENVOLVIMENTONa tarde desta terça-feira (11 de novembro), enquanto o plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul votava uma pauta robusta, o deputado Gerson Claro (PP) tinha uma mensagem clara para dar: o Estado vai investir em obras sem aumentar impostos. A aprovação da autorização para o governo contratar um financiamento de R$ 950 milhões junto ao Banco do Brasil foi, segundo ele, um passo importante para manter o ritmo de crescimento e manter as contas equilibradas.
A fala de Gerson foi acompanhada de números, argumentos fiscais e uma defesa vigorosa da política de incentivos do Estado. Segundo ele, nenhuma instituição empresta quase um bilhão de reais para um Estado em colapso. “Essa operação é uma prova do equilíbrio fiscal e da credibilidade que Mato Grosso do Sul conquistou”, afirmou.
A promessa é ambiciosa: aplicar os recursos exclusivamente em obras estruturantes, como pavimentação, recapeamento e revitalizações urbanas, sem aumentar a carga tributária. Em Campo Grande, os efeitos já começaram a aparecer com o programa MS Ativo, que executa obras nas Moreninhas e em acessos importantes da capital.
Gerson repetiu um mantra que virou marca da atual gestão: investir sem endividar. “O objetivo é crescer, investir e melhorar a vida das pessoas, mantendo o equilíbrio fiscal e sem criar novos tributos”, declarou, reforçando que os financiamentos não servem para pagar folha de pagamento ou custear burocracia.
Enquanto os recursos do Banco do Brasil entram em pauta, outro financiamento já aprovado pela Assembleia — R$ 2 bilhões do BNDES — também deve ser aplicado em infraestrutura urbana e rural, contemplando municípios em diferentes regiões do Estado.
No discurso, o deputado não poupou argumentos em favor da política de incentivos fiscais, que soma cerca de R$ 20 bilhões por ano em renúncia de arrecadação. Segundo ele, essa é uma escolha estratégica: abrir mão de receita no curto prazo para atrair investimentos bilionários no longo prazo.
“Sem esses incentivos, Mato Grosso do Sul não teria atraído mais de R$ 100 bilhões em investimentos privados”, disse. O resultado, segundo ele, é visível. Em Inocência, a Arauco, gigante da celulose, ergue uma planta com R$ 22 bilhões em investimentos e cerca de 10 mil trabalhadores envolvidos. Em Ribas do Rio Pardo e Bataguassu, o impacto segue forte. Já em Sidrolândia, a operação da Impasa movimenta 500 caminhões por dia, impulsionando o comércio e a renda local.
Para Gerson, o Estado está vivendo uma fase de crescimento sustentado, com economia mais complexa e produção mais valorizada. Ele fala em “verticalização da produção” — ou seja, sair da lógica de apenas extrair e exportar commodities, e passar a transformá-las em produtos com maior valor agregado.
No caso, isso vale para a soja, o milho e a carne bovina. Produtos que já fazem parte do DNA econômico de Mato Grosso do Sul, mas que agora se tornam base para uma nova fase de desenvolvimento.
“Nós estamos fortalecendo nossos setores produtivos, gerando oportunidades e construindo um Estado mais competitivo e desenvolvido, sem comprometer as contas públicas”, concluiu o presidente da Assembleia.