A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou nesta segunda-feira (10) que o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, não tem condições de receber o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Segundo Celina, o estado de saúde do ex-presidente exige cuidados específicos que não podem ser atendidos na unidade prisional.

“Ele precisa de uma dieta especial, tem idade avançada, trata-se de um ex-presidente. Se for bem cuidado, vai ter uma vida prolongada”, disse a vice-governadora em entrevista ao SBT News.

Ela afirmou que o presídio não possui estrutura adequada nem mesmo nas áreas de isolamento.

“Não temos condições de preparar uma comida especial de que ele necessita por causa das cirurgias. E, mesmo nas áreas mais isoladas, as condições não são adequadas para um ex-presidente”, completou.

Aliada da família Bolsonaro - Celina Leão é aliada política da família Bolsonaro e amiga da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em maio, participou de um ato pró-anistia em Brasília ao lado do casal, e em agosto visitou Michelle na casa onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar preventiva por outro processo — o que investiga tentativa de obstrução do julgamento da trama golpista.

Na última sexta-feira (7), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou por unanimidade o recurso da defesa de Bolsonaro contra a condenação. O julgamento no plenário virtual segue até esta sexta (14).

Somente após o trânsito em julgado do processo é que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, definirá onde Bolsonaro cumprirá a pena.

A tendência é que ele seja encaminhado para uma cela na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, espaço que já foi reformado para recebê-lo.

Na última semana, a Secretaria de Administração Penitenciária do DF enviou ao STF um pedido para que Bolsonaro passasse por avaliação médica, com o objetivo de verificar se teria condições clínicas de cumprir pena na Papuda.

O ministro Alexandre de Moraes, no entanto, determinou a exclusão do pedido dos autos da ação penal 2668, por entender que a solicitação não tinha pertinência com o processo que trata da tentativa de golpe após as eleições de 2022.