11 de novembro de 2025 - 10h00

Inflação para famílias de baixa renda recua para 0,03% em outubro, diz IBGE

INPC acumula 4,49% em 12 meses e serve de base para reajuste de salários e benefícios

ECONOMIA
A inflação apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou outubro em 0,03%, mostrando redução em relação ao 0,52% de setembro - (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

A inflação para as famílias com menor renda registrou desaceleração em outubro. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou o mês com alta de apenas 0,03%, bem abaixo dos 0,52% observados em setembro.

Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses recuou para 4,49%. No mês anterior, esse índice era de 5,1%. O INPC é utilizado como referência para o reajuste de salários, benefícios e programas sociais, afetando diretamente o bolso de milhões de brasileiros.

Alimentação estável e energia elétrica em queda - Segundo o levantamento, os produtos alimentícios não apresentaram variação em outubro (0,00%), o que ajudou a conter o avanço da inflação. Já os itens não alimentícios tiveram leve alta de 0,04%.

A principal contribuição para a desaceleração veio do grupo habitação, que registrou queda de 0,32%, puxando o índice geral para baixo. O principal fator foi a redução no custo da energia elétrica, com a troca da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para a vermelha patamar 1.

A bandeira vermelha 2 tem cobrança extra de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. No patamar 1, vigente em outubro, a taxa cai para R$ 4,46. A mudança reflete a melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas e reduz a necessidade de acionar termelétricas, que têm custo mais alto.

Referência para salários e benefícios - O INPC é usado como indexador no cálculo de reajustes salariais para diversas categorias de trabalhadores. Também serve de referência para a definição do valor do salário mínimo, seguro-desemprego, aposentadorias e outros benefícios ligados ao INSS.

O índice de novembro, por exemplo, é um dos principais parâmetros para o reajuste do salário mínimo do ano seguinte. Já o valor final de dezembro define o reajuste de benefícios previdenciários e assistenciais no início do ano.

INPC x IPCA: qual a diferença? - O IBGE também divulgou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do país. Em outubro, o IPCA registrou alta de 0,24%, acumulando 4,82% em 12 meses.

A principal diferença entre os dois índices está no público-alvo: o INPC mede a variação de preços para famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos. Já o IPCA considera lares com renda de até 40 salários mínimos.

Além disso, os dois índices atribuem pesos diferentes aos produtos e serviços pesquisados. Os alimentos, por exemplo, têm peso maior no INPC, pois consomem maior parte da renda das famílias de menor poder aquisitivo. Já itens como passagem aérea têm menor influência no índice, ao contrário do IPCA, onde esse item tem peso mais significativo.

Coleta de dados em 16 capitais - A pesquisa do INPC é realizada mensalmente em dez regiões metropolitanas (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre), além de Brasília, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

O objetivo, segundo o IBGE, é acompanhar a variação dos preços da cesta de consumo da população assalariada de menor renda e garantir a preservação do poder de compra desses grupos.