10 de novembro de 2025 - 13h30

George Weah faz apelo global pelo fim do racismo nos gramados

Lenda do futebol lidera encontro da Fifa no Marrocos e pede união no combate à discriminação

'RACISMO É UMA DOENÇA'
Weah quer livrar o futebol de 'doença' do racismo. - ( Foto: Divulgação/Fifa)

Durante encontro realizado em Rabat, no Marrocos, o ex-jogador e ex-presidente da Libéria, George Weah, fez um apelo contundente pelo fim do racismo no futebol. A declaração foi feita nesta segunda-feira (10), durante a abertura da sessão do Painel da Voz dos Jogadores (PVP), grupo consultivo da Fifa composto por 16 lendas do esporte.

"Devemos desfrutar do jogo bonito, caminhar juntos no estádio, cantar juntos e, quando somos derrotados, tentamos novamente. É disso que se trata o jogo, aproveitem", afirmou Weah, destacando que o futebol deve ser espaço de convivência e respeito.

Conhecido por sua trajetória nos gramados e na política africana, Weah classificou o racismo como “uma doença” que precisa ser combatida com urgência. Ele defendeu que estádios e competições sejam espaços de celebração, e não de ódio e intolerância.

“O importante é esquecermos de xingar uns aos outros, nos abraçarmos e fazermos amigos. Racismo não pode mais ser tolerado nos espaços públicos, especialmente em campo, onde todos deveriam estar trabalhando juntos, se divertindo juntos", completou.

A reunião foi presidida por George Weah e contou com a presença de figuras importantes da Fifa, como o presidente Gianni Infantino, o secretário-geral Mattias Grafström, a diretora de futebol Jill Ellis e o vice-diretor de Associações Membros, Gelson Fernandes.

"A causa que nos reúne aqui é a mais importante pela qual precisamos lutar. Só podemos vencê-la se trabalharmos juntos. É um desafio de equipe", disse Infantino, reafirmando o compromisso institucional da Fifa no combate ao racismo no esporte.

Weah, primeiro e único africano a vencer a Bola de Ouro da Fifa, disse que sua trajetória pessoal legitima sua atuação nessa causa. "Vivenciei o racismo durante a minha carreira. Então, acho que sou um dos jogadores em posição de dizer 'não' ao racismo", declarou.

O ex-jogador agradeceu a Fifa pela oportunidade de integrar o Painel da Voz dos Jogadores e disse que sua experiência como ex-atleta e ex-líder político fortalece seu papel como porta-voz de mudanças dentro e fora dos campos.

George Weah atuou por grandes clubes europeus como Monaco, PSG, Milan, Chelsea, Manchester City e Olympique de Marselha. Em 1995, foi eleito o Melhor Jogador do Mundo pela Fifa e também conquistou a Bola de Ouro da revista France Football, se tornando o primeiro africano a alcançar tal feito.

Após encerrar a carreira nos gramados, entrou para a política e foi eleito presidente da Libéria em 2018, cargo que ocupou até o final de 2023. Agora, retorna ao cenário internacional com voz ativa em causas sociais no esporte.