09 de novembro de 2025 - 20h45

Como Tremembé virou o presídio dos criminosos mais famosos do Brasil

Série do Prime Video revela bastidores da penitenciária que abriga nomes como Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga

ENTRETENIMENTO
Série 'Tremembé', inspirada em livros de Ullisses Campbell, mostra por dentro do 'presídio dos famosos' - (Foto: Stella Carvalho/Divulgação)

Desde 31 de outubro, a série Tremembé, disponível no Prime Video, vem chamando atenção ao retratar a rotina e as histórias de detentos notórios do sistema prisional paulista. A produção mostra como a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado — a famosa P2 de Tremembé — se transformou no destino dos criminosos mais midiáticos do país, entre eles Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Alexandre Nardoni.

Localizado no interior de São Paulo, o complexo prisional é composto por cinco unidades — três masculinas e duas femininas — e ficou conhecido por receber réus condenados por crimes de grande repercussão, especialmente aqueles praticados contra familiares. A justificativa para essa escolha está na segurança dos próprios detentos, que correm risco de vida em presídios comuns.

De Carandiru à segurança especial - A transformação de Tremembé em “presídio dos famosos” teve início em 2002, após a desativação do Complexo do Carandiru. Sem a ala de segurança diferenciada daquele presídio, a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP) precisou designar um novo local que garantisse a integridade física de presos com alto nível de exposição pública.

“Essas pessoas cometeram atos tão brutais que elas não sobreviveriam em uma penitenciária comum”, explica o jornalista Ullisses Campbell, autor dos livros que inspiraram a série.

Bastidores e perfis - Em entrevista ao Estadão, Campbell destacou que o perfil dos presos de Tremembé é marcado por crimes cometidos contra membros da própria família. “O maior perfil de Tremembé é ser um lugar que concentra pessoas que cometeram crimes brutais contra a vida de pessoas da própria família”, afirmou.

O autor é responsável por cinco obras que exploram o universo carcerário, com foco em criminosos de forte apelo midiático. Entre os títulos estão: Suzane: Assassina e Manipuladora, Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido, Flordelis: A Pastora do Diabo e Francisco de Assis: O Maníaco do Parque.

Produção com olhar jornalístico - A série Tremembé tem direção-geral de Vera Egito e roteiro assinado em parceria com Campbell, além das roteiristas Juliana Rosenthal, Thays Berbe e Maria Isabel Iorio. A produção é baseada especialmente nos livros sobre Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga, revelando não só os crimes, mas também o cotidiano dentro do presídio.

Segundo a equipe criativa, o projeto pretende oferecer um retrato documental e dramatizado, com olhar mais humano e crítico sobre os bastidores do sistema prisional brasileiro, e o peso que a fama — mesmo negativa — pode ter entre as grades.