O movimento começou cedo no portão da Universidade do Distrito Federal (UDF), em Brasília, local de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo (9). Mesmo com a abertura marcada apenas para o meio-dia, muitos estudantes chegaram com horas de antecedência, determinados a evitar atrasos e controlar a ansiedade.

Entre os primeiros estavam as amigas Luísa Silveira, de 17 anos, e Clariana Ribeiro, de 18. Luísa, ainda no 2º ano do ensino médio, faz o exame como “treineira”, mas a participação deste ano carrega um significado especial. Após ficar 45 dias internada com pneumonia, ela chegou a desistir da prova. “Tinha parado de estudar, não sabia quando sairia do hospital. Mas recebi alta dia 3 e decidi tentar. Estudei muito e vou fazer pra valer”, contou.

Clariana, que cursa o 3º ano, deixou Vitória da Conquista (BA) para morar em Brasília e seguir o sonho de cursar medicina. “Estou tranquila, me preparei bastante. Quero dar orgulho pra minha família que ficou na Bahia. Saímos de casa às 10h pra garantir que não teria risco de atraso”, disse.

O estudante Kernus Aleksander Marques, 18 anos, também chegou com antecedência e se mostrou confiante. “Minha expectativa é que tudo corra tranquilo. Estudei desde abril, umas quatro horas por dia. Estou preparado e sem pressão”, afirmou o aluno, que pretende ingressar no curso de Ciência da Computação.

Enquanto os portões não abriam, o clima era de concentração e fé. O grupo Legião de Maria, da Paróquia Nossa Senhora das Dores, do Cruzeiro Velho, montou um pequeno altar no local, com uma imagem de Nossa Senhora das Graças. “Todo ano, quando tem Enem, oferecemos orações e bênçãos aos alunos. É um momento pra acalmar o coração e pedir sabedoria”, explicou o economista Leandro Corder, integrante do grupo.