Daniel Galvão | 09 de novembro de 2025 - 10h50

Boulos critica governadores bolsonaristas e diz que 'fazem demagogia com sangue'

Novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência afirma que Tarcísio de Freitas e Cláudio Castro tratam comunidades como se fossem formadas apenas por criminosos

POLÍTICA
Boulos criticou governadores bolsonaristas e defendeu combate ao crime "sem criminalizar as comunidades". - (Foto: Taba Benedicto/ Estadão)

O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, criticou neste sábado (8) governadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusando-os de “fazer demagogia com sangue” ao tratar moradores de comunidades como criminosos.

“Eles preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido”, declarou Boulos durante evento em São Paulo.

O ministro citou nominalmente Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, como exemplos de gestores que, segundo ele, reforçam uma visão distorcida sobre as periferias.

As declarações foram dadas durante o lançamento do projeto “Governo na Rua”, no Morro da Lua, região do Campo Limpo, zona sul da capital paulista. A iniciativa busca aproximar o governo federal da população, ouvindo demandas locais e levando as manifestações diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Boulos também comentou sobre o enfrentamento ao crime organizado, tema que, segundo ele, “é antigo”, mas que agora vem sendo tratado de forma mais estruturada pelo governo Lula. Ele destacou a PEC da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção como medidas que devem ampliar as atribuições da União no combate ao crime.

“A gente acredita que o combate ao crime tem que ser feito da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela”, afirmou o ministro.

A Operação Carbono Oculto, citada por Boulos, foi deflagrada recentemente pela Polícia Federal e tem como alvo esquemas de lavagem de dinheiro ligados a facções criminosas.