O que são as 'supercélulas'? Entenda formação que provocou tornado no Paraná
Tempestade que causou destruição no interior do Estado pode ter registrado ventos acima de 250 km/h
GERALO fenômeno climático responsável pela destruição em Rio Bonito do Iguaçu (PR), na sexta-feira (7), foi causado por uma supercélula — um tipo raro e extremamente potente de tempestade, com características específicas que favorecem a formação de tornados, como o que matou quatro pessoas e deixou mais de 400 feridos na cidade paranaense.
Segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), a supercélula se formou em uma região de instabilidade atmosférica combinada com um forte cisalhamento do vento, que é a variação na velocidade e direção dos ventos em diferentes altitudes da troposfera.
Diferentemente das tempestades comuns, a supercélula possui uma corrente de ar ascendente em rotação — o mesociclone — que dá à nuvem uma estrutura giratória. Esse sistema pode durar várias horas, percorrer longas distâncias e gerar diversos fenômenos extremos, como ventos muito fortes, chuva intensa, granizo e até mesmo microexplosões (downbursts).
A tempestade que atingiu o município foi classificada como F2 na Escala Fujita, com ventos entre 180 e 250 km/h. No entanto, há suspeita de que em pontos isolados os ventos tenham superado essa marca, o que elevaria o evento para F3, com rajadas entre 250 e 330 km/h. As investigações estão em andamento.
Além do rastro de destruição, o tornado tombou veículos, derrubou árvores e deixou várias casas completamente destruídas. Centenas de pessoas ficaram desalojadas, e a cidade enfrenta cortes de energia e danos estruturais.