Flávia Said | 07 de novembro de 2025 - 21h15

Governo libera R$ 224 milhões para o INSS manter agências e atendimento

Verba garante continuidade de serviços essenciais e pagamento de bônus a servidores que atuam na análise de benefícios

ECONOMIA
Verba emergencial evita paralisação de serviços essenciais nas agências do INSS - (Foto: AngelaMacario)

Para evitar a interrupção de atendimentos e serviços prestados à população, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) receberá um reforço de R$ 224 milhões do governo federal. A liberação dos recursos foi autorizada nesta quinta-feira (6) pela Casa Civil e pelo Ministério da Fazenda, atendendo a um pedido do Ministério da Previdência Social (MPS).

Do total, R$ 217 milhões serão destinados à manutenção de serviços considerados essenciais nas agências do INSS, como segurança, limpeza, vigilância e funcionamento da central de atendimento telefônico 135. Outros R$ 7 milhões virão diretamente do orçamento do MPS para bancar o pagamento do bônus aos servidores que participam do Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB).

Reforço financeiro busca garantir atendimento contínuo - O montante repassado é uma resposta à ameaça de paralisação em diversos serviços do INSS por falta de verba, o que afetaria diretamente milhões de brasileiros que dependem do instituto para acessar aposentadorias, pensões, auxílios e demais benefícios previdenciários e assistenciais.

A central 135, por exemplo, é o principal canal de comunicação do órgão com os segurados. Além de fornecer informações sobre benefícios, também permite o agendamento de atendimentos presenciais, sendo fundamental para manter o fluxo de atendimento à população.

Programa de bônus voltou, mas sem orçamento completo - O Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), principal estratégia do INSS para acelerar a análise de processos acumulados, havia sido suspenso em outubro de 2024 por falta de recursos. O programa foi retomado em abril de 2025, mas ainda depende de remanejamento orçamentário de R$ 89,1 milhões para funcionar em sua totalidade.

Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, o pedido de remanejamento segue em análise. O valor é necessário para manter o pagamento dos bônus extras aos servidores do instituto e aos peritos médicos federais que atuam diretamente na redução da fila de espera.

Os pagamentos previstos no PGB são de R$ 68 por tarefa concluída para servidores do INSS e R$ 75 para peritos médicos. O programa tem duração inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação única até dezembro de 2026.

Governo busca reduzir fila de espera - A criação do PGB foi uma tentativa do governo de conter o crescimento da fila de análise de benefícios, que já ultrapassou a marca de um milhão de processos em espera em 2024. A expectativa é que, com a retomada do programa e a liberação dos recursos, o INSS consiga acelerar o ritmo de concessões e melhorar o atendimento à população.

Enquanto aguarda o remanejamento solicitado, o MPS optou por investir os R$ 7 milhões disponíveis do próprio orçamento para manter o programa parcialmente ativo. A medida garante a continuidade de parte dos pagamentos aos servidores e evita uma nova paralisação da análise de benefícios.