Redação | 07 de novembro de 2025 - 11h15

Feira de Ciências da Reme transforma shopping em vitrine da inovação estudantil

Evento reúne 162 projetos de 55 escolas municipais e aproxima comunidade da produção científica de alunos de Campo Grande

CIÊNCIA
Alunos da Rede Municipal de Ensino apresentam projetos científicos e tecnológicos durante a FECIT - (Foto: Divulgação)

O Shopping Bosque dos Ipês se transformou em um grande laboratório a céu aberto com a realização da Feira de Ciências, Inovação e Tecnologia da Rede Municipal de Ensino (FECIT/Reme). O evento, organizado pela Superintendência de Gestão das Políticas Educacionais (Suped), apresenta 162 trabalhos científicos desenvolvidos por 386 alunos e 157 professores de 55 escolas municipais de Campo Grande.

A proposta é ir além dos muros da escola: levar a pesquisa e a curiosidade científica ao cotidiano das pessoas, tornando o conhecimento acessível e estimulando o protagonismo dos estudantes — da Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Ao circular pelos estandes da feira, o público encontra desde experimentos sobre sustentabilidade e meio ambiente até projetos voltados à saúde e tecnologia. O formato dentro de um shopping é um dos diferenciais desta edição, que amplia o contato entre a comunidade e a produção científica da Rede Municipal.

Para Nathalie Rossini, vice-coordenadora da FECIT, o evento é mais que uma exposição de trabalhos — é uma forma de dar voz aos estudantes. “A pesquisa é um processo contínuo de descoberta e crescimento. Quando os alunos veem seus projetos ganhando espaço e reconhecimento, compreendem o impacto do conhecimento na vida das pessoas”, afirma.

As escolas E.M. Professor Vanderlei Rosa de Oliveira e E.M. Licurgo de Oliveira Bastos lideram em número de trabalhos apresentados, com 12 projetos cada. A feira também conta com a parceria do Projeto Jovem Controlador em Ação, que estimula a cidadania e a responsabilidade social.

Projetos 

Entre os destaques está o trabalho desenvolvido pela professora Karimy Aquino e pela aluna Sara dos Santos, da E.M. Elzio Ramires Vieira, que criaram vasos sustentáveis feitos com reaproveitamento de isopor. O material, transformado em “ecoblocos” de concreto, alia função térmica e impacto ambiental positivo, mostrando como pequenas ideias podem gerar grandes soluções.

Alunos da Rede Municipal de Ensino apresentam projetos científicos e tecnológicos durante a FECIT. (Foto: Divulgação)

Outro exemplo vem da E.M. Irmã Edith Coelho Netto, onde o aluno Yam Miguel de Oliveira elaborou uma campanha educativa sobre a Síndrome Nefrótica usando histórias em quadrinhos, QR Codes e modelos didáticos. A proposta une ciência, arte e tecnologia para traduzir temas médicos em linguagem acessível.

Durante os dois dias de evento, além da exposição dos projetos, a programação inclui atividades de formação para professores, como o painel “Potencialidades e fragilidades nos trabalhos de iniciação científica” e a roda de conversa “Caminhos para o fortalecimento da iniciação científica”.

O secretário municipal de Educação, Lucas Henrique Bitencourt de Souza, reforça que a feira é parte essencial da formação científica dos alunos da Reme.

“A FECIT estimula a investigação desde cedo e está alinhada às competências da Base Nacional Comum Curricular. É na prática, com projetos como esses, que o aprendizado ganha sentido e transforma vidas”, destaca.

Os projetos finalistas da FECIT recebem medalhas e podem ser credenciados para feiras científicas nacionais, como a Febrace, ampliando as oportunidades para jovens pesquisadores.

Crescimento e consolidação

Criada em 2019, a FECIT vem se consolidando como o maior evento científico estudantil da Rede Municipal de Ensino. O número de escolas e projetos participantes cresce a cada edição:

A evolução mostra o interesse crescente dos alunos pela pesquisa e o investimento da Prefeitura de Campo Grande em estimular a inovação e o pensamento crítico desde os primeiros anos escolares.

Mais do que uma feira, a FECIT se tornou um espaço onde curiosidade, criatividade e compromisso social se encontram — e onde o futuro da ciência começa a ganhar forma.