Os Estados Unidos enfrentam um verdadeiro caos aéreo nesta sexta-feira (7), com a redução de 4% nas operações em 40 aeroportos em decorrência do prolongado shutdown do governo federal, que chega ao 38º dia. Entre os terminais afetados estão alguns dos mais movimentados do país, como Atlanta, Nova York (JFK), Chicago, Houston, Los Angeles e Denver.

A medida, implementada em caráter emergencial pela Secretaria de Transportes e pela Administração Federal de Aviação (FAA), já provocou o cancelamento antecipado de mais de 750 voos, segundo o site FlightAware. Só na quinta-feira (6), foram registrados 6,4 mil atrasos e cerca de 200 cancelamentos em todo o território americano.

Segundo a FAA, a decisão foi motivada por um número crescente de relatos de sobrecarga e estresse de controladores de tráfego aéreo, que estão sem receber salários desde 1º de outubro, data do início da paralisação do governo.

“A segurança operacional está ameaçada. Precisamos de alívio para evitar riscos maiores”, informou a FAA em nota oficial.

A expectativa é que a situação se agrave nos próximos dias, com redução de até 10% nas operações aéreas até 14 de novembro — exatamente no período que antecede dois grandes feriados americanos, o Dia dos Veteranos (11/11) e o Dia de Ação de Graças (27/11), tradicionalmente marcados por grande movimentação nos aeroportos.

Apesar da crise, os voos internacionais não estão incluídos na ordem de redução. As companhias aéreas terão liberdade para decidir quais voos nacionais cancelar, desde que cumpram a meta estipulada e ofereçam reembolso integral aos passageiros — sem compensar custos extras, como hospedagem ou transporte.

A continuidade do impasse no Congresso em torno do orçamento federal pode agravar ainda mais o cenário logístico e afetar também outros setores públicos nos EUA.