Gustavo Côrtes | 06 de novembro de 2025 - 22h00

Deputado do PT toca samba durante CPMI do INSS e ironiza aliados de Bolsonaro

Paulo Pimenta usou letra de grupo Revelação para criticar gestão do ex-presidente durante sessão com depoimento de Onyx Lorenzoni

POLÍTICA
O deputado Paulo Pimenta na CPI do INSS - (Foto: Wilton Junior / Estadão)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS teve um momento inusitado nesta quinta-feira (6). O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) usou uma música do grupo de samba Revelação para ironizar a atuação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro durante os debates sobre o esquema de descontos associativos ilegais em benefícios previdenciários.

Durante depoimento do ex-ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni, que defendeu a gestão Bolsonaro e também a atuação de seu filho, Pietro Lorenzoni — advogado da entidade investigada União Brasileira de Aposentados da Previdência (UNIBAP) —, o deputado petista disse que os dados e documentos apresentados já seriam suficientes para entender a origem do esquema.

“Não adianta eu argumentar, não adianta eu mostrar a realidade, não adianta eu mostrar as provas, não adianta eu mostrar os documentos. O povo já entendeu porque esse esquema virou esse monstro que virou, porque foi permitido principalmente a partir de 2019, no governo Bolsonaro”, declarou Pimenta.

Em seguida, pediu que a mesa tocasse a música Velocidade da Luz, do grupo Revelação, cuja letra diz: “todo mundo erra”. A atitude arrancou risos até mesmo de Onyx Lorenzoni e causou um breve momento de descontração na comissão. A trilha sonora, no entanto, foi rapidamente interrompida pelo presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que retomou os trabalhos.

CPMI apura irregularidades no INSS - A CPMI foi instalada para investigar denúncias sobre descontos ilegais aplicados automaticamente em aposentadorias e pensões do INSS, vinculando beneficiários a associações sem autorização. Segundo parlamentares, o esquema pode ter movimentado milhões de reais em fraudes com a participação de entidades e empresas privadas.

O depoimento de Onyx foi um dos mais aguardados por envolver diretamente um nome da alta cúpula do antigo governo. Ele rejeitou qualquer participação ou irregularidade de seu filho e classificou as acusações como “manipulações políticas”.

O episódio com a música reforçou o tom político da sessão, que teve trocas de acusações entre parlamentares da base governista e da oposição.