Em uma decisão que já movimenta o mercado global, acionistas da Tesla aprovaram nesta quinta-feira (6) um ambicioso pacote de remuneração que pode transformar Elon Musk no primeiro trilionário da história. O bônus foi aprovado por mais de 75% dos votos durante a assembleia geral da montadora de carros elétricos.

A proposta prevê o pagamento de até US$ 1 trilhão ao CEO da Tesla, desde que ele atinja uma série de metas de desempenho nos próximos anos. O próprio Musk, que é o maior acionista individual da companhia, votou a favor da proposta, que aumenta ainda mais seu poder dentro da empresa.

Com o aval dos acionistas, a participação de Musk na Tesla pode saltar de 15% para quase 30%, consolidando seu controle estratégico sobre o futuro da companhia. A aprovação ocorre em um momento em que o empresário aposta alto no desenvolvimento de carros autônomos e robôs humanoides como os pilares da próxima revolução tecnológica.

Para receber o valor integral, Musk terá de cumprir desafios colossais. Um deles é entregar ao mercado 20 milhões de veículos em dez anos — mais que o dobro do total produzido pela empresa em seus 12 anos anteriores. Outro requisito é lançar um milhão de robôs humanoides, partindo do zero atual.

Além disso, Musk precisa aumentar significativamente o valor de mercado da Tesla e triplicar os lucros operacionais da empresa. Mesmo sem cumprir todas essas metas, ele ainda pode embolsar cifras bilionárias. Se conseguir, por exemplo, elevar o valor de mercado da companhia em 80% — o que já ocorreu em 2024 —, ele poderá receber US$ 50 bilhões em ações adicionais, bastando atingir duas de outras doze metas operacionais.

Apesar da aprovação maciça, o bônus gerou controvérsias entre investidores institucionais. Fundos de pensão e grupos de governança corporativa expressaram preocupação com a influência de Musk sobre o conselho de administração da Tesla e criticaram a magnitude do pacote de remuneração.

Entre os principais argumentos contrários estão o comportamento errático do bilionário e a percepção de que o conselho é excessivamente submisso a ele. “As recompensas são desproporcionais, e o conselho tem sido leniente com os riscos que Musk representa”, apontaram alguns gestores de fundos.

Já os defensores da proposta sustentam que o pagamento é um incentivo justo diante da visão de Musk para o futuro da Tesla. Para eles, ele é o único capaz de liderar uma transformação tecnológica global, na qual veículos autônomos e robôs humanoides serão parte do cotidiano.

O pacote de remuneração foi originalmente proposto pelo conselho da Tesla em setembro, por meio de um documento oficial enviado à SEC, a agência reguladora do mercado financeiro norte-americano.

Logo antes da reunião de acionistas, as ações da Tesla registraram queda de 3% na bolsa de valores americana, refletindo a cautela do mercado diante do impacto da proposta.