MS lança novo modelo de financiamento para fortalecer hospitais públicos
Com repasse fixo e variável, Pehosp será implantada em 64 municípios ainda neste mês
SAÚDECom foco na regionalização da saúde, Mato Grosso do Sul começou a implantar um novo modelo de financiamento para a rede hospitalar. A Política Estadual de Incentivo Financeiro Hospitalar (Pehosp), apresentada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), vai mudar a forma como os recursos do SUS são repassados aos hospitais do Estado. O objetivo é claro: dar mais eficiência, previsibilidade e qualidade no atendimento à população.
A política alcança unidades de 64 municípios e entra em vigor em todo o Estado até o fim de novembro, com 17 contratos já assinados e adesão de 99% dos hospitais aptos. A iniciativa faz parte da Nova Arquitetura da Saúde, estratégia que moderniza a gestão do SUS em Mato Grosso do Sul.
“Esse modelo representa um novo patamar de governança e transparência. Ele garante previsibilidade financeira, fortalece a produção hospitalar e estimula boas práticas de gestão”, explica Crhistinne Maymone, secretária-adjunta da SES.
A Pehosp adota dois tipos de incentivo financeiro:
- Fixo: para manter estrutura e equipes, garantindo o funcionamento dos serviços essenciais como cirurgias, partos, UTI e pronto-atendimento 24h.
- Variável: calculado conforme o desempenho assistencial dos hospitais, com base em produção, resultados e integração aos fluxos de regulação.
O investimento anual previsto com a nova política é de R$ 198,5 milhões.
A supervisão da implementação está a cargo da Superintendência de Governança Hospitalar e da Coordenadoria de Contratualização de Serviços Hospitalares da SES.
“Além de garantir a sustentabilidade das unidades, a contratualização traz segurança jurídica e transparência na aplicação dos recursos”, pontua Francielly Caneppele, coordenadora da área na SES.
A proposta também visa descentralizar os atendimentos especializados, reduzindo filas e a necessidade de transferências para Campo Grande. A ideia é reforçar os serviços nas regiões de origem dos pacientes.
A adesão à Pehosp exige que as unidades funcionem 24h por dia, possuam equipes qualificadas, implantem prontuário eletrônico e sigam protocolos de segurança.
O novo financiamento hospitalar vem acompanhado de investimentos em infraestrutura e equipamentos. O Estado está distribuindo itens como torres de videolaparoscopia, autoclaves, bisturis elétricos, focos cirúrgicos e aparelhos de raio-X digital. Isso se soma a grandes obras em andamento, como no Hospital Regional de Dourados, e à futura expansão em Três Lagoas e Ponta Porã.
Só no segundo quadrimestre de 2025, Mato Grosso do Sul já havia liquidado R$ 917,9 milhões em recursos da saúde, com alta nas internações e nos procedimentos ambulatoriais.
Segundo a SES, a Pehosp foi construída com participação de gestores municipais, conselhos, dirigentes hospitalares e técnicos da saúde. A discussão passou pela Assembleia Legislativa, Assomasul e CIB (Comissão Intergestores Bipartite).
“Estamos reorganizando a rede hospitalar com base em critérios técnicos e resultados mensuráveis, garantindo mais qualidade e transparência na aplicação dos recursos públicos”, afirma Angélica Segatto Congro, superintendente de Atenção à Saúde.
Para o secretário Maurício Simões Corrêa, a nova política marca um momento histórico na saúde pública estadual.