No próximo domingo (9), mais de 4,8 milhões de candidatos em todo o Brasil, incluindo milhares em Mato Grosso do Sul, iniciam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025. A maratona começa com a redação e as provas de linguagens e ciências humanas e para muitos, a dúvida não é apenas sobre o conteúdo, mas sobre como, afinal, a nota do Enem é calculada.

Diferente de outras avaliações tradicionais, o Enem não soma simplesmente o número de acertos para gerar a nota final. O exame usa um sistema chamado Teoria de Resposta ao Item (TRI), adotado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela aplicação da prova.

O que é a TRI e como ela funciona? - A TRI é um modelo estatístico que busca avaliar o nível de conhecimento do participante com base na coerência das respostas. Isso significa que duas pessoas com a mesma quantidade de acertos podem ter notas completamente diferentes, dependendo de quais questões acertaram.

Pelo raciocínio da TRI, espera-se que quem acerta uma pergunta difícil também saiba responder corretamente as mais fáceis. Se isso não acontece, o sistema pode entender que houve um acerto "no chute" e atribuir menor peso àquela resposta.

Cada questão tem três parâmetros:

Discriminação: capacidade da questão de distinguir quem domina o conteúdo de quem não domina.

Dificuldade: quanto mais difícil a questão, maior seu valor na nota.

Acerto casual: chance de a questão ser acertada ao acaso, sem conhecimento real.

O Inep afirma que deixar a questão sem resposta é pior do que chutar. Uma resposta em branco é tratada como errada. Já um acerto, mesmo que por sorte, sempre contribuirá para a nota embora não com o mesmo peso de uma resposta coerente com o restante do desempenho.

Embora o número total de respostas certas influencie, ele não é o único fator. Por isso, dois participantes com 30 acertos, por exemplo, podem ter notas diferentes. Um pode ter acertado questões fáceis e médias com consistência; o outro, acertou aleatoriamente questões difíceis e errou as fáceis o sistema considera esse padrão incoerente.

Variação de notas - As notas mínimas e máximas de cada área (linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática) variam de um ano para outro, pois dependem do nível de dificuldade das questões. Esses valores são divulgados junto com o resultado oficial, previsto para janeiro de 2026.

O professor Glauco Pinheiro, pedagogo e especialista em Enem, orienta os candidatos a evitar deixar a redação para o fim da prova. "Ler o tema logo no início ajuda a planejar o texto com mais calma", afirma. Ele também alerta que chutar várias questões pode afetar a coerência das respostas, o que compromete o desempenho no TRI.