Eduardo e Carlos Bolsonaro reagem a críticas de Ana Campagnolo sobre disputa ao Senado
Deputados defendem Carlos após fala de Campagnolo sobre suposta substituição de Caroline de Toni na chapa em SC
POLÍTICAUma crise interna no PL de Santa Catarina ganhou novos capítulos nesta terça-feira (5), após os deputados Carlos e Eduardo Bolsonaro reagirem publicamente a declarações da deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) sobre a formação da chapa ao Senado nas eleições de 2026. Campagnolo afirmou que a vaga da deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) teria sido “dada” a Carlos Bolsonaro, o que provocou respostas duras dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A tensão gira em torno da composição da aliança do partido no Estado. Enquanto o ex-presidente quer lançar Carlos Bolsonaro ao Senado, há resistência local, especialmente do governador Jorginho Mello (PL), que tenta a reeleição e busca manter o senador Esperidião Amin (PP-SC) como parceiro de chapa.
Carlos chama declaração de “baixaria” e nega acordo - A controvérsia teve início na última sexta-feira (31), quando Ana Campagnolo, ao responder a um seguidor no Instagram, disse que a vaga ao Senado que seria de Caroline de Toni agora seria “dada” a Carlos Bolsonaro. A declaração gerou forte reação do vereador carioca, que a classificou como falsa:
"Não sejam mentirosos! Absolutamente nada do que essa menina está falando é verdade. Quanta baixaria! Lamentável!", escreveu Carlos nas redes sociais.
No X (antigo Twitter), ele reafirmou que os pré-candidatos ao Senado são ele e Caroline de Toni, negando qualquer substituição e mantendo a indicação do bolsonarismo à dupla.
Ana Campagnolo rebate e questiona estratégia - Na sequência, Campagnolo voltou a comentar o assunto nesta terça (5), reafirmando suas falas anteriores e afirmando que Caroline de Toni já conversa com outros partidos, como União Brasil, Republicanos, MDB e Missão (partido ligado ao MBL). A deputada federal também teria recebido convite do Novo.
“Fui acusada de mentirosa pelo meu colega Carlos por anunciar que a chegada dele tiraria a Carol do partido”, disse Campagnolo. Segundo ela, a movimentação “bagunça o partido em Santa Catarina” e compromete o alinhamento regional. Apesar das divergências, reafirmou sua fidelidade ao ex-presidente:
“Finco meu pé no partido do Bolsonaro. Sou leal ao projeto. Espero que Carlos reveja a forma como está me tratando”, escreveu.
Eduardo Bolsonaro sai em defesa do irmão - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu diretamente à deputada estadual com um texto publicado no X, em que classificou a postura de Campagnolo como “inaceitável” e movida por “conveniência política”.
“Na forma, por terem sido feitas em público. No conteúdo, por se insurgirem contra a liderança política que a projetou e, pior, por representarem uma tremenda injustiça”, escreveu Eduardo, referindo-se à projeção política que Campagnolo teve com o apoio do bolsonarismo.
Segundo ele, a crítica quebra a lógica da lealdade dentro do projeto político liderado por Jair Bolsonaro e coloca em xeque a coesão interna do PL no Estado:
“Essa turbulência passou dos limites e não agrega a ninguém”, concluiu.
Racha no PL de SC e impasse com Carlos Bolsonaro - Nos bastidores, o impasse no PL de Santa Catarina é visto como mais um reflexo do embate entre alas locais e o núcleo nacional do bolsonarismo. Enquanto Jair Bolsonaro tenta consolidar Carlos como candidato ao Senado, aliados como Jorginho Mello trabalham para manter a composição com Esperidião Amin (PP), repetindo a aliança bem-sucedida em 2022.
A possível saída de Caroline de Toni do partido — figura de destaque entre bolsonaristas — e os atritos públicos com Campagnolo acentuam a divisão interna do partido no Estado, abrindo margem para reacomodações políticas até a definição oficial das chapas em 2026.