Raisa Toledo | 05 de novembro de 2025 - 20h15

Eduardo e Carlos Bolsonaro reagem a críticas de Ana Campagnolo sobre disputa ao Senado

Deputados defendem Carlos após fala de Campagnolo sobre suposta substituição de Caroline de Toni na chapa em SC

POLÍTICA
A deputada estadual Ana Campagnolo disse que vaga para o Senado por SC foi "dada" a Carlos Bolsonaro - (Foto: @anacampagnolo via Instagram)

Uma crise interna no PL de Santa Catarina ganhou novos capítulos nesta terça-feira (5), após os deputados Carlos e Eduardo Bolsonaro reagirem publicamente a declarações da deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) sobre a formação da chapa ao Senado nas eleições de 2026. Campagnolo afirmou que a vaga da deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) teria sido “dada” a Carlos Bolsonaro, o que provocou respostas duras dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A tensão gira em torno da composição da aliança do partido no Estado. Enquanto o ex-presidente quer lançar Carlos Bolsonaro ao Senado, há resistência local, especialmente do governador Jorginho Mello (PL), que tenta a reeleição e busca manter o senador Esperidião Amin (PP-SC) como parceiro de chapa.

Carlos chama declaração de “baixaria” e nega acordo - A controvérsia teve início na última sexta-feira (31), quando Ana Campagnolo, ao responder a um seguidor no Instagram, disse que a vaga ao Senado que seria de Caroline de Toni agora seria “dada” a Carlos Bolsonaro. A declaração gerou forte reação do vereador carioca, que a classificou como falsa:
"Não sejam mentirosos! Absolutamente nada do que essa menina está falando é verdade. Quanta baixaria! Lamentável!", escreveu Carlos nas redes sociais.

No X (antigo Twitter), ele reafirmou que os pré-candidatos ao Senado são ele e Caroline de Toni, negando qualquer substituição e mantendo a indicação do bolsonarismo à dupla.

Ana Campagnolo rebate e questiona estratégia - Na sequência, Campagnolo voltou a comentar o assunto nesta terça (5), reafirmando suas falas anteriores e afirmando que Caroline de Toni já conversa com outros partidos, como União Brasil, Republicanos, MDB e Missão (partido ligado ao MBL). A deputada federal também teria recebido convite do Novo.

“Fui acusada de mentirosa pelo meu colega Carlos por anunciar que a chegada dele tiraria a Carol do partido”, disse Campagnolo. Segundo ela, a movimentação “bagunça o partido em Santa Catarina” e compromete o alinhamento regional. Apesar das divergências, reafirmou sua fidelidade ao ex-presidente:

“Finco meu pé no partido do Bolsonaro. Sou leal ao projeto. Espero que Carlos reveja a forma como está me tratando”, escreveu.

Eduardo Bolsonaro sai em defesa do irmão - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu diretamente à deputada estadual com um texto publicado no X, em que classificou a postura de Campagnolo como “inaceitável” e movida por “conveniência política”.

“Na forma, por terem sido feitas em público. No conteúdo, por se insurgirem contra a liderança política que a projetou e, pior, por representarem uma tremenda injustiça”, escreveu Eduardo, referindo-se à projeção política que Campagnolo teve com o apoio do bolsonarismo.

Segundo ele, a crítica quebra a lógica da lealdade dentro do projeto político liderado por Jair Bolsonaro e coloca em xeque a coesão interna do PL no Estado:
“Essa turbulência passou dos limites e não agrega a ninguém”, concluiu.

Racha no PL de SC e impasse com Carlos Bolsonaro - Nos bastidores, o impasse no PL de Santa Catarina é visto como mais um reflexo do embate entre alas locais e o núcleo nacional do bolsonarismo. Enquanto Jair Bolsonaro tenta consolidar Carlos como candidato ao Senado, aliados como Jorginho Mello trabalham para manter a composição com Esperidião Amin (PP), repetindo a aliança bem-sucedida em 2022.

A possível saída de Caroline de Toni do partido — figura de destaque entre bolsonaristas — e os atritos públicos com Campagnolo acentuam a divisão interna do partido no Estado, abrindo margem para reacomodações políticas até a definição oficial das chapas em 2026.