Marina Silva lança coalizão internacional contra crimes ambientais em evento de príncipe William
Iniciativa reúne países e organizações para ação multilateral no combate ao crime ambiental
MEIO AMBIENTEA ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou nesta terça-feira (4) a criação da Coalizão pela Ação Multilateral contra os Crimes que afetam o Meio Ambiente. A iniciativa foi formalizada durante a abertura da quarta Cúpula Global Anual da United for Wildlife, realizada no Rio de Janeiro. O evento faz parte do programa criado em 2013 pela The Royal Foundation, do Príncipe William, voltado à proteção da fauna e do meio ambiente.
A proposta da nova coalizão é reunir governos, organismos internacionais, entidades da sociedade civil e representantes do setor privado para estabelecer protocolos comuns no enfrentamento de crimes ambientais transnacionais. “Essa coalizão reflete a consciência de que enfrentar os crimes ambientais exige ação multilateral efetiva, baseada em cooperação, confiança e solidariedade internacional", declarou Marina Silva.
A coalizão é composta inicialmente por nove países: África do Sul, Bolívia, Colômbia, Peru, São Tomé e Príncipe, Gabão, Panamá, República Democrática do Congo e Suriname. Segundo a ministra, o grupo pretende atuar de forma coordenada e com respaldo jurídico, para coibir ações criminosas como tráfico de animais silvestres, desmatamento ilegal, contaminação de rios e exploração de territórios indígenas.
Durante o discurso, Marina defendeu o avanço de um marco legal robusto no combate ao crime ambiental. Ela citou como prioridade a inclusão do tema na Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, conhecida como Convenção de Palermo. “O avanço de um marco jurídico, no âmbito da Convenção de Palermo, é um avanço essencial”, afirmou.
A ministra também destacou que a mobilização busca gerar resultados concretos até a realização da COP31, a Conferência das Partes da Convenção do Clima, prevista para outubro de 2026. “Sem uma base legal e sólida, não será possível combater de forma eficaz as redes criminosas que atuam contra a nossa biodiversidade, contaminam nossos rios e exploram povos indígenas e populações locais”, reforçou.
A criação da coalizão representa mais um passo na tentativa do Brasil de liderar agendas ambientais no cenário internacional, especialmente em um momento de crescente pressão por ações efetivas contra o desmatamento e os crimes ambientais na Amazônia e em outros biomas.