Eduardo Laguna | 04 de novembro de 2025 - 20h45

Vendas de veículos caem 1,6% em outubro, mas setor segue com alta no ano

Crédito caro freia mercado, mas programa Carro Sustentável ajuda a manter fluxo nas concessionárias

ECONOMIA
Vendas de veículos caem 1,6% em outubro, mas setor segue com alta no ano - (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

As vendas de veículos novos no Brasil registraram queda de 1,6% em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2024. Ao todo, foram licenciadas 260,8 mil unidades, incluindo carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Apesar da retração em relação ao ano anterior, o volume representa alta de 7,2% frente a setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias.

No acumulado do ano, o mercado automobilístico registra crescimento de 2,3%, com 2,17 milhões de unidades licenciadas entre janeiro e outubro. O ritmo, no entanto, está abaixo das expectativas iniciais do setor. A Fenabrave revisou novamente para baixo a previsão de crescimento anual: o índice, que começou o ano projetando avanço de 5%, foi reduzido para 4,4% em julho e agora está em 2,6%.

De acordo com a entidade, a desaceleração do crédito, em meio à manutenção dos juros elevados, tem impacto direto sobre as vendas financiadas, que historicamente representam uma fatia expressiva do mercado. Ainda assim, dois fatores têm ajudado a sustentar os números do setor: as encomendas de locadoras e o programa federal Carro Sustentável, que oferece incentivo fiscal para a compra de modelos compactos, com IPI reduzido.

O programa, que entrou em vigor em 11 de julho, já registra impacto direto no volume de vendas. Segundo a Fenabrave, as vendas dos modelos incluídos no programa cresceram 26,1% até o fim de outubro. “Desde o início do programa, tivemos um crescimento acumulado de 26,1% nos veículos participantes, comprovando o sucesso da iniciativa”, destacou Arcelio Junior, presidente da entidade.

Para os próximos meses, o setor segue cauteloso. O nível de inadimplência e o custo do financiamento ainda limitam a expansão do mercado. Mesmo com a melhora pontual em outubro, o cenário para 2025 dependerá da política de crédito e dos desdobramentos da política fiscal do governo.