Lavínia Kaucz e Gabriel Hirabahasi | 04 de novembro de 2025 - 19h45

Lula admite disputar reeleição em 2026 se estiver bem de saúde

Presidente diz que não permitirá volta da extrema direita ao poder e reforça defesa da democracia

POLÍTICA
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. - (Foto: Wilton Junior/Estadão)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a indicar que poderá disputar a reeleição em 2026, caso esteja em boas condições de saúde. Em entrevista concedida nesta terça-feira (4) a agências internacionais, durante agenda oficial em Belém (PA), Lula afirmou que seu principal objetivo é impedir o retorno da extrema direita ao comando do país. “Se depender de mim, ninguém de extrema direita, negacionista, vai governar este País”, declarou.

O presidente destacou que sua prioridade é a defesa da democracia e que pretende reforçar o debate público sobre os riscos do autoritarismo. “Meu esforço é para que a democracia vença, e temos que fazer o povo compreender a diferença entre democracia e o autoritarismo”, disse Lula, em um discurso voltado a reafirmar sua posição política diante dos desafios eleitorais futuros.

Durante a mesma entrevista, o chefe do Executivo também comentou a relação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem se encontrou em eventos internacionais. Lula reagiu com bom humor a uma fala recente de Trump, que disse ter sentido “química” na conversa com o brasileiro. “Aquela história que o Trump brincou de química, a vida inteira eu digo que a minha relação com o ser humano é química. Comigo é assim, eu gosto das pessoas por olhar as pessoas”, afirmou. Ele ainda ressaltou que, mesmo com diferenças ideológicas, mantém uma postura diplomática. “Não vejo por que não me dar bem com o Trump. Eu disse pra ele, a relação de dois chefes de Estado não é ideológica”, concluiu.

A fala de Lula acontece em um momento de crescente movimentação política e preparação para o cenário eleitoral de 2026. Aos 80 anos, o presidente deixa aberta a possibilidade de concorrer a um novo mandato, ao mesmo tempo em que se posiciona como figura central no enfrentamento à extrema direita brasileira. A entrevista também ocorre às vésperas da Conferência do Clima da ONU, a COP30, que será sediada em Belém, reforçando a presença internacional do Brasil em agendas de meio ambiente e diplomacia.