Iury de Oliveira Pereira | 04 de novembro de 2025 - 13h15

Saúde bucal ganha reforço com ações integradas da SES em Mato Grosso do Sul

Campanha destaca a relação direta entre saúde da boca e prevenção de doenças como diabetes e problemas cardíacos

SAÚDE PÚBLICA
Unidades Móveis levam atendimento odontológico a comunidades de difícil acesso em Mato Grosso do Sul - (Foto: Coordenadoria de Saúde Bucal, SES)

A saúde da boca não é apenas uma questão estética — ela é parte essencial da saúde do corpo. Com base nesse princípio, o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), tem reforçado as ações de prevenção, qualificação profissional e ampliação da rede de atendimento odontológico no Estado. A campanha “Saúde começa pela boca” chama atenção para os impactos da saúde bucal no bem-estar geral da população.

Estudos apontam que doenças como gengivite e periodontite podem agravar condições crônicas como diabetes, problemas cardíacos e até contribuir para partos prematuros. Segundo o cardiologista Christiano Pereira, “as bactérias presentes na cavidade bucal podem alcançar a corrente sanguínea e afetar órgãos como o coração, rins e pulmões. Elas intensificam processos inflamatórios, aumentam o risco de infarto e AVC, e dificultam o controle do diabetes”.

A coordenadora de Saúde Bucal da SES, Giovana Buzinaro, reforça que cuidar da boca é cuidar do corpo inteiro. “A saúde bucal está diretamente relacionada à saúde geral do indivíduo. Um desequilíbrio na cavidade oral pode contribuir para o agravamento de doenças. Por isso, investir em prevenção é promover bem-estar e saúde integral”, afirma.

Investimentos em prevenção e diagnóstico precoce - Com foco na ampliação do acesso e na qualificação da rede de atendimento, a SES tem apostado em ações práticas em diferentes frentes. Uma das iniciativas é o Curso Prático de Biópsia e Citologia Esfoliativa, que capacita cirurgiões-dentistas na detecção precoce do câncer bucal, doença que ainda apresenta altas taxas de mortalidade quando diagnosticada tardiamente.

A atenção também chega a regiões de difícil acesso com as Unidades Odontológicas Móveis (UOM), que percorrem assentamentos rurais, comunidades vulneráveis e unidades prisionais. Nessas localidades, profissionais realizam atendimentos preventivos e de urgência, promovendo mais equidade no cuidado.

Para ampliar a capacidade de atendimento especializado, a SES mantém o cofinanciamento das Equipes de Saúde da Família com Saúde Bucal e dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), garantindo que serviços mais complexos cheguem a todas as regiões do Estado.

Formação, inclusão e acessibilidade - O compromisso com a formação de profissionais também é parte da estratégia da SES. Com apoio do Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), são promovidas visitas técnicas, cursos de aperfeiçoamento e a entrega de novos equipamentos para a Escola Técnica do SUS.

Entre as ações destacadas está o Curso de Aperfeiçoamento para Atendimento de Pacientes com Necessidades Especiais (PNE), iniciativa que busca preparar os profissionais para uma atenção mais humanizada e acessível.

Além disso, a SES distribuiu kits de higiene bucal em comunidades com baixos índices de desenvolvimento humano, estimulando hábitos simples e eficazes de cuidado diário. “Nosso foco é garantir que o cuidado chegue a todos, principalmente àqueles que mais precisam”, destaca Giovana Buzinaro.

Desafios e compromisso com a equidade - Embora avanços sejam registrados, os desafios da saúde bucal ainda são muitos, especialmente no que diz respeito às desigualdades regionais e à infraestrutura. A secretária adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, destaca que a superação desses gargalos passa pela integração entre Estado e municípios.

“Estamos consolidando uma rede resolutiva, com foco na humanização e na integralidade do cuidado. A saúde bucal precisa ser vista como um direito de todos, e isso exige ações permanentes, investimentos contínuos e escuta ativa das necessidades da população”, reforça.

A campanha “Saúde começa pela boca” vem, portanto, não apenas como um lembrete da importância da escovação e das visitas ao dentista, mas como parte de uma política pública que entende a saúde como um todo — integrada, preventiva e inclusiva.