Maioria dos moradores do Rio de Janeiro aprova operação no Alemão, aponta Genial/Quaest
Ação mais letal da história do Rio teve apoio de 64% dos moradores; 73% querem mais operações semelhantes
SEGURANÇA PÚBLICAApesar de ter sido a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, com ao menos 121 mortos, a ação nos complexos do Alemão recebeu aprovação de 64% dos fluminenses, segundo pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta semana. Apenas 27% desaprovaram a incursão, realizada na última semana de outubro.
A aprovação à operação foi mais expressiva entre os homens (79%) e caiu entre as mulheres (51%). Entre os que desaprovaram, 17% são homens e 36% são mulheres.
Por faixa etária, o apoio mais elevado veio do grupo entre 31 e 50 anos (68%), seguido pelos jovens de 16 a 30 anos (65%). Já entre pessoas com mais de 51 anos, o índice caiu para 58%, com maior desaprovação (29%) nesse público.
Ideologia política pesa na avaliação - O levantamento também identificou grandes diferenças conforme o alinhamento político dos entrevistados. Entre os bolsonaristas, a aprovação foi quase unânime (93%), com percentual semelhante entre os de direita não bolsonarista (92%).
Já entre os lulistas, o apoio à operação caiu para 35%, com 59% desaprovando. No grupo que se identifica como esquerda não lulista, apenas 27% aprovaram e 70% reprovaram a ação. Os independentes, por sua vez, mostraram apoio de 61% e rejeição de 24%.
População vê ação como bem-sucedida - Na avaliação geral, 58% dos fluminenses consideraram a operação no Alemão um sucesso, enquanto 32% a viram como um fracasso. Além disso, 73% defenderam que ações semelhantes sejam realizadas em outras comunidades do estado — esse apoio chega a 85% entre os homens e 62% entre as mulheres.
A percepção de insegurança também é marcante: para 87% dos entrevistados, o estado vive uma situação de guerra.
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, destacou um dado relevante sobre a abordagem policial: metade da população defende que a polícia tente prender sem atirar, mas 45% apoiam que os agentes entrem já atirando em ações contra criminosos.