Haddad rebate críticas de Caiado sobre atuação federal nas fronteiras
Ministro afirma que acesso ao Coaf segue protocolos e defende cooperação entre União e estados no combate ao crime
POLÍTICADurante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (31), em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu às críticas feitas pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), sobre a atuação do governo federal nas fronteiras e a suposta dificuldade de acesso às informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
“Até eu tenho dificuldade de acessar essas informações porque existe um protocolo. Para isso existe a cooperação, porque quando há convênios, há troca de dados”, afirmou Haddad, reforçando que o acesso ao sistema do Coaf é restrito e segue normas rígidas para proteger os cidadãos.
'Ministro é agente político, não pode acessar dados sigilosos' - Haddad foi enfático ao defender o cumprimento dos trâmites legais para o acesso a informações financeiras. “Imagina se um ministro de Estado começar a acessar declarações de renda das pessoas. Isso não pode acontecer. O ministro é um agente político, e não tem esse tipo de prerrogativa. Quem faz isso é o serviço público de carreira, que atua independentemente de quem esteja no governo”, declarou.
Segundo ele, o papel dos órgãos públicos é proteger o cidadão que age dentro da legalidade. “Quando há um indício de irregularidade, a informação é encaminhada às autoridades competentes, que investigam e, se for o caso, denunciam. É assim que o Estado funciona”, completou.
Cooperação é essencial no combate ao crime - A declaração do ministro foi uma resposta direta ao governador goiano, que tem cobrado mais ação do governo federal nas áreas de fronteira, especialmente no combate ao crime organizado e à corrupção. Haddad destacou que há, sim, cooperação com os estados e que Goiás possui um bom volume de dados à disposição.
“O Estado de Goiás tem muita informação. E quanto mais cooperarmos, mais eficiente será o combate ao crime organizado”, afirmou.
Haddad encerrou a fala ressaltando que os protocolos de segurança do Coaf não são barreiras, mas sim garantias legais para que ninguém seja exposto indevidamente. “Essas regras existem para proteger os inocentes e para garantir que os culpados sejam investigados da forma correta”, concluiu.