Príncipe Andrew perde título real e é expulso de residência oficial após acusações ligadas a Epstein
Palácio de Buckingham anuncia fim das honrarias e mudança de Andrew para imóvel privado; ele será tratado como cidadão comum
REALEZAO Palácio de Buckingham oficializou nesta quinta-feira (30) que o príncipe Andrew, de 65 anos, perdeu definitivamente o título de “príncipe” e todas as honrarias vinculadas à monarquia britânica. A decisão ocorre em meio às acusações de envolvimento do agora ex-príncipe em um escândalo de exploração sexual ligado ao milionário americano Jeffrey Epstein. Andrew também terá de deixar a Royal Lodge, sua residência oficial mantida pela realeza, e passará a morar em uma propriedade privada.
"Essas censuras são consideradas necessárias, apesar de ele continuar negando as acusações", afirmou o Palácio, em nota. O comunicado informa que Andrew será tratado publicamente a partir de agora como Andrew Mountbatten-Windsor, sem qualquer título real. Ele era o oitavo na linha de sucessão ao trono do Reino Unido.
Medidas foram autorizadas pelo rei Charles III - A decisão foi tomada pelo rei Charles III, após reuniões com membros próximos da família. A revogação dos títulos inclui o de Duque de York, que Andrew havia renunciado voluntariamente duas semanas antes. "Concluímos que as contínuas acusações contra mim desviam a atenção do trabalho de Sua Majestade e da Família Real", declarou Andrew em nota divulgada à época.
O Palácio também confirmou que a residência alternativa será financiada com recursos privados do próprio monarca. As filhas de Andrew, as princesas Beatrice e Eugenie, manterão seus títulos, conforme determina a Carta Patente do rei George V, de 1917.
Andrew enfrenta denúncias relacionadas ao envolvimento com a rede de exploração sexual operada por Jeffrey Epstein. A principal acusação partiu de Virginia Giuffre, que afirmou ter sido abusada sexualmente por Andrew em três ocasiões, quando tinha 17 anos, com ajuda direta de Epstein e da socialite Ghislaine Maxwell.
O caso foi encerrado judicialmente em 2022, quando Andrew aceitou pagar uma indenização milionária a Giuffre, sem admitir culpa. Mesmo assim, negou ter tido qualquer relação com a denunciante. Uma fotografia amplamente divulgada pela imprensa mostra Andrew ao lado de Giuffre e Ghislaine Maxwell, em uma das residências do casal acusado.
Suicídio de Giuffre e nota de condolências - Virginia Giuffre morreu por suicídio em abril deste ano, aos 41 anos. Em respeito à sua memória e às demais vítimas, o Palácio de Buckingham destacou no comunicado que “Suas Majestades desejam deixar claro que seus pensamentos e mais profundas condolências estiveram, e continuarão, com as vítimas e sobreviventes de todas as formas de abuso”.
Jeffrey Epstein foi preso nos Estados Unidos em 2019 sob acusações de tráfico sexual de menores, mas se suicidou na prisão antes de ir a julgamento. Ghislaine Maxwell, sua companheira de longa data, foi posteriormente condenada pela Justiça americana por envolvimento direto no aliciamento e abuso de meninas e adolescentes.
A relação próxima de Andrew com Epstein — incluindo viagens, encontros em mansões e participações em eventos sociais — foi considerada insustentável para a imagem da coroa britânica. Mesmo sem condenação judicial, as evidências e o contexto levaram à ruptura formal.