Desmatamento na Amazônia e no Cerrado cai 11% pelo segundo ano seguido
Brasil evitou emissão de 733 milhões de toneladas de CO2 entre 2022 e 2025; Pará segue como líder no desmate amazônico
MEIO AMBIENTEO desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado caiu pelo segundo ano consecutivo, segundo dados divulgados pelo Projeto Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre agosto de 2024 e julho de 2025, a área desmatada totalizou 5.796 km² na Amazônia e 7.235 km² no Cerrado, representando uma redução de cerca de 11% em ambos os biomas.
Apesar do resultado positivo, os técnicos apontam que o ritmo de queda desacelerou em relação ao ciclo anterior, o que acende o alerta para a necessidade de reforço nas políticas ambientais.
Na Amazônia Legal, os 5.796 km² suprimidos representam o menor índice da última década e uma redução de 11,08% em comparação aos 6.518 km² registrados entre 2023 e 2024.
No Cerrado, o desmate recuou 11,49%, após atingir 8.174 km² no ciclo anterior. Ainda assim, o bioma continua sob pressão, especialmente nos estados do Maranhão e do Mato Grosso, onde os índices permanecem elevados.
De 2022 a 2025, o Brasil evitou o desmatamento de 1,3 milhão de hectares na Amazônia e 564 mil hectares no Cerrado, o que resultou na não emissão de 733,9 milhões de toneladas de CO2 — volume equivalente às emissões anuais de França e Espanha juntas, em 2022.
Os números chegam em momento estratégico para o país. Nas próximas semanas, o Brasil será anfitrião da COP-30, em Belém (PA), e deve usar os dados como trunfo nas negociações climáticas internacionais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso de zerar o desmatamento até 2030.
Entre os nove estados que compõem a Amazônia Legal, apenas o Mato Grosso registrou aumento no desmatamento, com alta de 25%. Já o Tocantins teve a maior queda, com 62,5% de redução. Outros destaques foram:
- Amapá: -48,1%
- Roraima: -37,3%
- Pará: -12,4%
Apesar da redução, o Pará continua sendo o estado que mais desmata na Amazônia. No Cerrado, o Maranhão lidera em área desmatada, com 2.006 km² suprimidos entre agosto de 2024 e julho de 2025.