As exportações brasileiras de carne bovina in natura alcançaram 15,36 mil toneladas entre os dias 1º e 21 de outubro de 2025, alta de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume representa mais de 95% do total exportado em todo o ano de 2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta quarta-feira (29).

Entre os estados exportadores, Mato Grosso do Sul se destaca com desempenho acima da média nacional. De janeiro a julho de 2025, o estado somou US$ 6,33 bilhões em exportações totais, o que representa um crescimento de 3,8% em valor e 21,18% em volume na comparação com o mesmo intervalo de 2024. A carne bovina fresca teve incremento de 40% em valor e 23,5% em volume, consolidando-se como principal item da pauta exportadora sul-mato-grossense.

A China continua como o maior mercado para a carne bovina brasileira, mas o México desponta como segundo maior comprador, ultrapassando outros destinos tradicionais. Os dados refletem uma reconfiguração no padrão das exportações do setor. Em comparação com anos anteriores, o México ampliou significativamente sua participação, sinalizando maior diversificação geográfica da demanda.

Apesar da liderança da China, os embarques para o país asiático costumam apresentar retração entre outubro e novembro. Nos últimos três anos, as exportações recuaram 26,9% em 2022, 5,8% em 2023 e 21,8% em 2024 nesse intervalo mensal.

Outros mercados também vêm ganhando relevância. A participação dos Estados Unidos diminuiu em meses recentes, enquanto México e Rússia ampliaram as aquisições, contribuindo para uma maior diluição da dependência brasileira de um único comprador.

O desempenho de Mato Grosso do Sul é atribuído, entre outros fatores, à consolidação da cadeia produtiva regional, investimentos em modernização de frigoríficos e acesso facilitado à malha logística da região Centro-Oeste. O estado responde por cerca de 10% da produção nacional de carne bovina.