Agência Brasil | 29 de outubro de 2025 - 07h30

Dia Nacional do Livro reforça importância da leitura desde a infância, dizem especialistas

Celebrada em 29 de outubro, data marca os 215 anos da Biblioteca Nacional e destaca o papel dos livros na formação humana e na promoção da empatia

DIA NACIONAL DO LIVRO
Celebrado em 29 de outubro, o Dia Nacional do Livro marca os 215 anos da Biblioteca Nacional e reforça a importância da leitura desde a infância. - (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Celebrado nesta quarta-feira (29), o Dia Nacional do Livro é mais do que uma homenagem à literatura — é um convite à reflexão sobre o papel da leitura na formação das pessoas desde a infância. Para o presidente da Biblioteca Nacional (BN), Marco Lucchesi, o contato com os livros desde cedo “amplia a imaginação, desperta a criatividade e estimula a empatia”.

“A infância que começa com esse impacto de leitura acaba lendo o mundo dos livros e lê o livro do mundo. A criança cria viagens para outros mundos e aprende sobre liberdade, imaginação e empatia”, afirmou Lucchesi à Agência Brasil.

A data é comemorada em 29 de outubro por marcar o aniversário de fundação da Biblioteca Nacional, que completa 215 anos em 2025.

Lucchesi destacou que o livro é “um instrumento de expansão da sensibilidade e do intelecto”, capaz de formar adultos mais conscientes e generosos.
A Casa da Leitura, unidade da BN inaugurada em 1993 no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, tem sido um dos principais espaços de formação de leitores, com foco em crianças e adolescentes.

A instituição também iniciou um projeto de bibliotecas hospitalares, com a primeira unidade instalada no Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF), em Niterói. A proposta introduz a biblioterapia, usando os livros como ferramenta de acolhimento para pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde.

“Queremos humanizar esses espaços e abrandar as esperas com o poder transformador da leitura”, disse Lucchesi.

Outro projeto da Biblioteca Nacional, previsto para fevereiro de 2026, levará livros a adolescentes em unidades socioeducativas, ampliando o acesso à leitura como instrumento de reabilitação e aprendizado.

Para o professor e acadêmico da ABL, Godofredo de Oliveira Neto, o livro é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e humano da criança.

“O livro potencializa a cognição e conduz a criança a um mundo mais humanista. Ele é essencial para formar cidadãos críticos e conscientes — não é capricho, é necessidade”, afirmou.

O acadêmico ressaltou que o livro impresso continua vivo, citando o exemplo da Suécia, que voltou a adotar o material nas escolas após tentar substituí-lo por versões digitais.

Já o presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Merval Pereira, destacou o papel do livro na construção de uma sociedade mais inclusiva. “O livro ensina o diálogo e a empatia. Promover o acesso à leitura desde cedo é garantir o direito de todos a explorar os vários mundos que existem dentro dos livros”, disse.

Neste ano, o Rio de Janeiro foi nomeado pela Unesco como Capital Mundial do Livro, tornando-se a primeira cidade de língua portuguesa a receber o título. Para Hubert Alqueres, vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e curador do Prêmio Jabuti, a distinção dá um novo fôlego à política de incentivo à leitura.

“A leitura amplia mundos, desenvolve o senso crítico e é uma companhia em todas as fases da vida. Neste Dia Nacional do Livro, é essencial debater políticas públicas que formem novos leitores e valorizem autores e editoras”, afirmou.

Criado em 1959, o Prêmio Jabuti é o mais tradicional reconhecimento literário do país, premiando autores, ilustradores e editores que contribuem para fortalecer a cultura do livro no Brasil.