28 de outubro de 2025 - 12h55

Mulher morre após beber em bar de São Vicente e local é interditado pela prefeitura

Wevelyn Pestana, de 32 anos, passou mal após consumir whisky no Bar 75; causa da morte ainda está sob investigação

SAÚDE PÚBLICA
Bar 75, em São Vicente, foi interditado após morte de cliente; bebidas foram recolhidas para análise - Foto: Reprodução / Instagran

A morte de uma mulher de 32 anos após consumir bebidas alcoólicas em um bar da Baixada Santista acendeu um alerta sobre a segurança do que é servido à população em estabelecimentos comerciais. Wevelyn Pestana de Brito passou mal após ingerir três doses de whisky no Bar 75, localizado no bairro Catiapoã, em São Vicente (SP), na madrugada do último domingo (26). Horas depois, ela morreu.

De acordo com familiares, Wevelyn teve fortes dores abdominais, vômitos e irritação intensa ao chegar em casa. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e prestou os primeiros socorros, mas a vítima já chegou ao hospital sem sinais vitais.

Em resposta ao ocorrido, a Prefeitura de São Vicente montou uma força-tarefa no mesmo dia com representantes das secretarias de Defesa e Organização Social (Sedos), Saúde (Sesau), Comércio e Indústria (Secinp), além da Vigilância Sanitária, Procon-SV, Guarda Civil Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil.

Durante a fiscalização no Bar 75, foi constatado que o local não possuía alvará de funcionamento. Por isso, foi interditado. Garrafas abertas e lacradas foram recolhidas para análise laboratorial, com o objetivo de verificar uma possível adulteração.

Relação com casos de metanol é investigada - O caso acontece em meio a uma crise nacional envolvendo intoxicações por metanol presente em bebidas falsificadas. Em nota, a Prefeitura informou que ainda não é possível afirmar se Wevelyn foi vítima dessa contaminação. “A causa da morte está sendo analisada pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO). Somente após a conclusão dos exames será possível determinar o que causou o falecimento da vítima”, destacou.

O município reforçou que vem realizando fiscalizações periódicas em bares e adegas desde os primeiros casos de intoxicação registrados no estado de São Paulo.

Segundo o último levantamento da Secretaria de Saúde de São Paulo, já foram confirmados 44 casos de intoxicação por metanol no estado, com nove mortes. No total, 443 suspeitas foram descartadas e dez permanecem em investigação — incluindo a morte de Wevelyn.

A nível nacional, o Ministério da Saúde atualizou o número para 58 casos confirmados de intoxicação por metanol, com 15 mortes registradas: nove em São Paulo, seis no Paraná e seis em Pernambuco. Outras 50 notificações seguem sob investigação.

As vítimas confirmadas no estado de São Paulo incluem quatro homens da capital (26, 45, 48 e 54 anos), uma mulher de 30 anos de São Bernardo do Campo, dois homens (23 e 25 anos) e uma mulher de 27 anos de Osasco, além de um homem de 37 anos de Jundiaí. Dois óbitos continuam sendo investigados: um em Piracicaba e outro em São Vicente.

Emergência médica e cuidados - A intoxicação por metanol é considerada uma emergência médica grave. No organismo, o metanol se transforma em substâncias tóxicas como formaldeído e ácido fórmico, que afetam o sistema nervoso e podem causar desde cegueira até a morte.

Os principais sintomas incluem visão turva ou perda total da visão, dores abdominais, náuseas, vômitos, sudorese e mal-estar generalizado. Diante de qualquer sinal de intoxicação após o consumo de bebida alcoólica, é essencial procurar atendimento médico imediato.

Também é recomendado que qualquer pessoa que tenha consumido a mesma bebida da vítima entre em contato com serviços especializados, como:

Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001

Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (11) 5012-5311 ou 0800 771 3733

CIATox (lista nacional disponível no site do Ministério da Saúde)

A rapidez no atendimento pode ser crucial para evitar complicações irreversíveis.