Isabella Pugliese Vellani | 27 de outubro de 2025 - 17h05

Aeronave dos EUA cai no Mar da China Meridional

Pequim atribui instabilidade na região à presença militar americana e afirma que está disposta a auxiliar em caso de solicitação oficial; China ofereceu ajuda humanitária

INTERNACIONAL
Área do Mar da China Meridional onde a aeronave dos EUA caiu durante exercício militar. Região é foco de tensão entre Pequim e Washington. - Foto: Reprodução

Uma aeronave militar dos Estados Unidos caiu durante exercícios no Mar da China Meridional, informou nesta segunda-feira (27) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun. Em declaração oficial, ele afirmou que Pequim está disposta a oferecer assistência aos americanos "com espírito humanitário", caso seja solicitada.

"Os EUA têm demonstrado sua força enviando frequentemente navios e aeronaves militares para o Mar da China Meridional", criticou Guo durante coletiva de imprensa. Para o governo chinês, a presença constante de forças norte-americanas na região é a "causa raiz" das tensões e da instabilidade na área.

O porta-voz não forneceu detalhes sobre a nacionalidade da tripulação nem sobre as circunstâncias do acidente. Até o momento, o governo dos EUA não comentou publicamente o ocorrido.

Conflito geopolítico no Pacífico - A queda ocorre em um momento de elevada tensão entre China e Estados Unidos no Indo-Pacífico. O Mar da China Meridional é uma das rotas comerciais mais movimentadas do mundo e palco de disputas territoriais entre Pequim e vários países vizinhos, como Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei.

Apesar de reivindicar soberania sobre quase toda a região, a China tem sido desafiada pelos EUA, que defendem a "liberdade de navegação" e realizam exercícios regulares com aliados. Pequim considera essas ações como provocativas e acusa Washington de militarizar o mar.

O tom do comunicado chinês sobre o acidente foi mais conciliatório do que o habitual, possivelmente indicando uma tentativa de evitar um agravamento nas relações bilaterais.

“Estamos dispostos a fornecer a assistência necessária, com base em princípios humanitários”, reiterou Guo, sem detalhar qual tipo de ajuda está sendo considerada.