O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro em quase todo o país. Apenas os candidatos de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará, farão as provas em 30 de novembro e 7 de dezembro, devido à realização da COP30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), que ocorrerá na capital paraense.

A prova continua sendo o principal caminho para o acesso ao ensino superior no Brasil e, com as mudanças recentes, ganhou ainda mais possibilidades de uso. Os mais de 4,8 milhões de inscritos confirmados poderão utilizar a nota do Enem para concorrer a vagas em universidades públicas e privadas, obter financiamento estudantil, ingressar em instituições portuguesas e até concluir o ensino médio.

A partir de 2026, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) aceitará as notas das três últimas edições do exame — 2023, 2024 e 2025. A seleção considera a média das notas nas provas e exige que o candidato tenha concluído o ensino médio e não tenha zerado a redação.

O Sisu é voltado para instituições públicas, como universidades e institutos federais. Na última edição, foram ofertadas mais de 260 mil vagas em 124 instituições de todo o país. O sistema também adota os critérios da Lei de Cotas, que leva em conta perfis sociais e econômicos dos candidatos.

O Programa Universidade para Todos (Prouni) permitirá o uso das notas das duas últimas edições do Enem. Para concorrer, é necessário ter média igual ou superior a 450 pontos nas provas e nota acima de zero na redação.

O Prouni oferece bolsas integrais e parciais para cursos em faculdades privadas. Podem se inscrever estudantes que não possuam diploma de curso superior. A renda familiar deve ser de até 1,5 salário mínimo por pessoa para bolsas integrais, e até três salários para bolsas parciais.

Já o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) aceita qualquer edição do Enem a partir de 2010. Exige, no mínimo, 450 pontos de média nas provas e nota acima de zero na redação. Desde 2024, o programa reserva vagas para negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência (PCDs).

A renda familiar per capita deve ser de até três salários mínimos. Com a criação do Fies Social, metade das vagas são destinadas a estudantes com renda de até meio salário mínimo por pessoa e inscritos no CadÚnico.

As notas do Enem também são aceitas por 26 instituições de ensino superior em Portugal que têm convênio com o Inep. Entre elas estão a Universidade Nova de Lisboa e o Instituto Politécnico de Coimbra. Os acordos garantem acesso facilitado às universidades, mas não envolvem financiamento estudantil.

Em 2025, o Enem volta a oferecer a possibilidade de certificação de conclusão do ensino médio, descontinuada desde 2017. O participante precisa ter ao menos 18 anos completos na data da primeira prova, 450 pontos em cada área e 500 na redação. Caso não alcance a pontuação em todas as áreas, pode solicitar apenas a declaração parcial de proficiência.

Candidatos que ainda não concluíram o ensino médio — os chamados “treineiros” — podem fazer o exame apenas para conhecer a prova e avaliar o próprio desempenho. As notas, no entanto, não servem para ingresso em universidades e são divulgadas com atraso em relação aos demais participantes.

O exame é composto por quatro provas objetivas, com 180 questões no total, divididas nas áreas de linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática. A prova inclui ainda uma redação dissertativo-argumentativa, que avalia a capacidade de argumentação e domínio da norma culta da língua portuguesa.

A divulgação oficial dos resultados individuais está prevista para janeiro de 2026.