Navio de guerra dos EUA atraca em Trinidad e aumenta tensão com Venezuela
Presença do USS Gravely se soma ao porta-aviões Gerald R. Ford e eleva pressão militar de Trump sobre o governo Maduro
INTERNACIONALA presença militar dos Estados Unidos na região do Caribe ganhou um novo capítulo neste domingo (26) com a chegada do destróier USS Gravely ao porto de Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago. A movimentação ocorre em meio ao aumento da pressão do governo de Donald Trump sobre a vizinha Venezuela e seu presidente, Nicolás Maduro.
O USS Gravely, equipado com mísseis guiados, ficará atracado no país até a próxima quinta-feira (30), segundo autoridades norte-americanas, com o objetivo de realizar treinamentos conjuntos na região. A presença do navio se soma à aproximação do porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior da frota americana, que já está em águas próximas à costa venezuelana.
O governo venezuelano reagiu com críticas. O presidente Nicolás Maduro classificou a chegada do porta-aviões como uma provocação e acusou os Estados Unidos de tentarem "inventar uma nova guerra eterna" contra seu país. A administração Trump, por sua vez, acusa Maduro de liderar a organização criminosa internacional conhecida como Tren de Aragua, embora até o momento não tenha apresentado provas públicas dessas alegações.
Apoio regional à presença militar - A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, manifestou apoio à presença militar americana na região e endossou as ações dos EUA contra embarcações suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas em águas próximas à Venezuela. Desde o início da operação, os Estados Unidos já anunciaram a destruição de dez embarcações e a morte de ao menos 43 pessoas em supostas ações contra o narcotráfico.
O envio de forças navais e aéreas à região tem sido defendido por Washington como parte de uma ofensiva para desarticular redes criminosas transnacionais. Caracas, no entanto, vê as ações como uma tentativa de desestabilização política do regime chavista.
Clima tenso e risco diplomático - A intensificação da presença militar dos EUA no entorno da Venezuela amplia a tensão entre os dois países e acende alertas diplomáticos. Apesar de sinalizações de que não há planos imediatos de ataque, o acúmulo de recursos bélicos nas proximidades do território venezuelano levanta preocupações entre governos sul-americanos.
Além disso, a retórica de Trump e sua equipe sobre um possível envolvimento direto com a situação interna da Venezuela reforça a percepção de uma escalada no confronto indireto com Maduro. Nos bastidores, cresce a expectativa de que países como o Brasil possam tentar desempenhar um papel de mediação — como já foi sugerido pelo presidente Lula.