Neste domingo (26), às 18h locais, encerrouse a votação das eleições legislativas de meio de mandato na Argentina. O pleito foi iniciado às 8h e contou pela primeira vez com o uso da nova cédula única em papel, substituindo o sistema antigo em que o eleitor depositava diretamente as cédulas dos partidos e candidatos que escolhia. 

De acordo com a Justiça Nacional Eleitoral, os resultados parciais começarão a ser divulgados a partir das 21h (horário local), sendo publicados por província à medida que as urnas forem apuradas. 

O pleito assume relevância simbólica para o governo de JavierMilei. A eleição funciona como um termômetro da popularidade do presidente e de sua coalizão La Libertad Avanza diante de uma série de desafios — entre eles escândalos de corrupção, reformas econômicas radicais e um resgate dos Estados Unidos para equilibrar o câmbio. 

O partido de Milei enfrentou derrota no mês passado na província de Buenos Aires — a mais populosa do país —, o que gerou sinais de alerta no governo e no mercado financeiro, com investidores protegendose no dólar ante o peso. 

Além disso, o pleito deste domingo renova 127 das 257 cadeiras da Câmara de Deputados e 24 das 72 do Senado. 

Em paralelo, um dos efeitos colaterais desse processo foi a renúncia do chanceler argentino Gerardo Werthein, anunciada na quartafeira (22) e programada para segundafeira (27), com possibilidade de reforma no gabinete de Milei. A saída foi vista como reflexo da instabilidade política e diplomática que ronda o governo. 

À medida que as urnas forem sendo abertas e os dados provisórios forem chegando, a Argentina observará especialmente como o novo sistema de votação — a cédula única — se comporta e se há uma reação mais ampla do eleitorado em relação ao governo. Resultados expressivos podem fortalecer ou fragilizar o poder legislativo de Milei para avançar com sua agenda.