Agência Brasil | 25 de outubro de 2025 - 12h50

Polícia Federal mobiliza 1,2 mil agentes para garantir segurança da COP30 em Belém

Plano da PF inclui reforço em portos, aeroportos e proteção a povos indígenas e movimentos sociais durante a conferência da ONU sobre o clima

INTERNACIONAL
PF define plano de segurança para os dias de COP 30 em Belém - Foto: Rafa Neddermeyer/AB

Polícia Federal definiu o plano de ação que vai orientar a segurança da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA). As operações começaram no dia 1º de outubro e visam proteger um número recorde de delegações internacionais, sem comprometer o exercício da liberdade de expressão, que deve marcar o evento.

O esquema de segurança será executado em três eixos principais. O primeiro envolve a diplomacia e a proteção das delegações, com atenção especial às diferenças ideológicas entre os países participantes. A PF reforçou o protocolo de segurança de autoridades estrangeiras e estabeleceu coordenação direta com o Itamaraty e forças internacionais.

O segundo eixo é o reforço logístico, que abrange desde o controle de imigração até a fiscalização de portos e aeroportos. O Porto de Outeiro, que receberá navios de cruzeiro, e a Base Aérea de Belém, principal ponto de chegada de chefes de Estado, terão equipes fixas e atuação 24 horas.

Já o terceiro eixo trata da liberdade de manifestação. A conferência será um espaço de grande visibilidade para povos originários e movimentos sociais. A PF montará perímetros de segurança para permitir manifestações pacíficas sem prejudicar o trânsito e as atividades urbanas da capital paraense.

Cerca de 1,2 mil servidores — entre policiais e administrativos — foram mobilizados para atuar durante o evento. Além das equipes nos portos e aeroportos, o plano inclui ações de inteligência e prevenção de crimes cibernéticos e terrorismo, além de varreduras e contramedidas antibombas.

Com o protagonismo dos povos tradicionais nas discussões climáticas, o governo federal montou a chamada “Aldeia COP”, na Universidade Federal do Pará (UFPA). O espaço de 72 mil m², com 14,9 mil m² de área construída, servirá de alojamento e palco de atividades culturais, políticas e espirituais para cerca de 3 mil indígenas.

A iniciativa é coordenada pelo Ministério dos Povos Indígenas, em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa).

Esta será a primeira COP realizada na Amazônia brasileira, e a PF destaca que o Brasil se consolida como um dos palcos mais abertos do mundo para a livre manifestação de povos originários. As últimas edições ocorreram em Baku (Azerbaijão, 2024), Dubai (Emirados Árabes, 2023), Sharm el-Sheikh (Egito, 2022) e Glasgow (Escócia, 2021).