24 de outubro de 2025 - 17h20

Brasil propõe coalizão global pela alfabetização durante reunião do G20 na África do Sul

Ministro Camilo Santana defende que leitura na idade certa seja tratada como prioridade mundial

EDUCAÇÃO
Camilo Santana durante encontro de ministros do G20 Educação na África do Sul; Brasil propõe coalizão global pela alfabetização - Foto: MEC/Divulgação

O ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu nesta sexta-feira, 24, a criação de uma coalizão global em defesa da alfabetização na idade certa. A proposta foi apresentada durante a reunião de ministros da Educação do G20, realizada na África do Sul, país que ocupa a presidência do grupo em 2025. O Brasil presidiu o G20 Educação no ano anterior.

“Discutimos a proposta de criação de uma coalizão global em defesa da alfabetização na idade certa. Uma proposta feita por nós, brasileiros, por considerar a importância de as crianças aprenderem na idade adequada”, afirmou Santana, destacando que a alfabetização precoce é um pilar essencial para a construção de sociedades mais justas e desenvolvidas.

Alfabetização como pauta internacional - A sugestão brasileira foi bem recebida no encontro e será analisada como parte das iniciativas multilaterais do grupo. A proposta busca engajar países, organizações internacionais e a sociedade civil em um esforço conjunto para garantir que todas as crianças tenham acesso à leitura e escrita nos primeiros anos da vida escolar.

Durante a reunião, os ministros discutiram estratégias para acelerar a alfabetização e ampliar o acesso à educação infantil de qualidade. Em declaração conjunta, Brasil, Índia e África do Sul — que formam o Fórum Ibas — destacaram que a aprendizagem fundamental deve ser tratada como prioridade global.

Santana também participou de uma reunião de alto nível do Fórum Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), mecanismo criado em 2003 para promover a cooperação Sul-Sul. Estiveram presentes representantes da Unesco, Unicef e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em sua fala, o ministro brasileiro defendeu o multilateralismo e a cooperação internacional como caminhos para garantir não apenas o acesso à educação, mas também a sua qualidade. “Desafios como alcançar a plena alfabetização e proficiência numérica devem ser enfrentados com urgência, por meio de esforços que envolvam organizações da ONU, Estados-Membros e a sociedade civil”, disse.

Temas centrais e desafios globais

A presidência sul-africana do Grupo de Trabalho de Educação do G20 (EdWG) elegeu como temas prioritários:

Aprendizagem na primeira infância

Reconhecimento mútuo de qualificações acadêmicas e profissionais

Formação e valorização dos docentes para um mundo em transformação

Segundo Santana, essas prioridades dialogam com os objetivos brasileiros e com o Plano Nacional de Educação (PNE). “Juntas, essas iniciativas fazem parte de uma agenda mais ampla de formação, dignidade e inclusão. Apesar das diferenças, trabalhamos com o mesmo propósito: assegurar uma educação de qualidade para todos, garantindo que ninguém seja deixado para trás.”