China reage a nova investigação dos EUA e acusa Washington de descumprir acordo comercial
Embaixada chinesa diz que país cumpriu compromissos de 2020 e critica "pressão econômica" e "acusações falsas" dos americanos
INTERNACIONALA Embaixada da China em Washington reagiu com firmeza nesta sexta-feira, 24, à decisão do governo dos Estados Unidos de abrir uma nova investigação sobre o cumprimento do acordo comercial firmado entre os dois países em 2020. Em nota publicada no X (antigo Twitter), o órgão diplomático afirmou que Pequim tem cumprido seus compromissos e acusou os americanos de violarem o espírito do pacto com medidas unilaterais de pressão econômica.
Segundo a embaixada, a China atendeu às exigências da chamada "fase um" do acordo comercial, firmada durante o governo Trump, incluindo medidas para proteger a propriedade intelectual, ampliar as importações e aumentar o acesso ao seu mercado interno.
“A China cumpriu suas obrigações na fase um do acordo comercial e econômico ao proteger propriedade intelectual, aumentar importações e providenciar maior acesso ao mercado chinês”, declarou o órgão.
Críticas a sanções e retaliações - No comunicado, a representação diplomática acusa os EUA de terem escalado “sistematicamente” a pressão sobre a China nos últimos anos, implementando controles de exportação e restrições a investimentos, em ações que violam o entendimento firmado entre os dois países.
A embaixada também afirmou que os EUA têm difundido “narrativas falsas” sobre a pandemia da covid-19 e supostas violações de direitos humanos em regiões como Hong Kong, Taiwan e Xinjiang, usando essas alegações para justificar retaliações.
“Essas ações prejudicaram as relações entre China e Estados Unidos, incluindo as econômicas, e romperam as atividades normais de comércio e investimento”, apontou a nota. Segundo os chineses, essas medidas comprometeram as condições básicas para a manutenção do acordo assinado em 2020.
Apelo ao diálogo e respeito mútuo - A China concluiu o comunicado pedindo que os Estados Unidos “corrijam suas práticas erradas” e retomem o espírito de cooperação firmado no consenso entre os líderes de ambos os países. O objetivo, segundo o texto, seria restaurar o avanço das negociações econômicas e garantir um ambiente comercial estável.
O novo capítulo das tensões ocorre em um momento de disputa crescente entre as duas maiores economias do mundo, que disputam influência geopolítica, liderança em inovação tecnológica e acesso a mercados estratégicos.
A Casa Branca ainda não respondeu oficialmente às declarações da embaixada chinesa.