Arícia Martins | 22 de outubro de 2025 - 19h45

Juros futuros caem pela 3ª vez seguida com alívio na inflação e sinalizações do governo

Expectativa de IPCA-15 mais baixo, queda da gasolina e discurso fiscal positivo impulsionam DIs na B3

ECONOMIA
Taxa de juros - (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Pela terceira sessão consecutiva, os juros futuros negociados na B3 encerraram em queda nesta quarta-feira (22). Mesmo com agenda econômica esvaziada e o dólar em leve alta, o movimento foi sustentado por expectativas mais favoráveis em relação à inflação e sinais de compromisso do governo com o ajuste fiscal.

Segundo analistas, o mercado já opera com perspectiva de um IPCA-15 de outubro abaixo do esperado, com divulgação prevista para sexta-feira (24). A tendência de baixa nas commodities em reais, aliada à recente redução de 4,9% no preço da gasolina pela Petrobras, reforça o cenário de descompressão inflacionária.

Principais taxas dos DIs (encerramento do pregão):

Um operador de tesouraria afirmou que o ambiente inflacionário "está muito bom", e que o mercado de renda fixa pode estar elevando a exposição aos DIs, apostando em uma leitura positiva do IPCA-15. Embora o Banco Central ainda mantenha discurso cauteloso, com foco no câmbio e no mercado de trabalho, a expectativa é de que o ciclo de corte de juros tenha início entre fevereiro e maio de 2026, segundo Matheus Spiess, da Empiricus Research.

Governo reforça compromisso com meta fiscal - As falas do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, também impactaram o mercado. Ele afirmou que as medidas planejadas para compensar a derrota da MP 1.303 devem gerar aproximadamente R$ 30 bilhões, o mesmo montante da proposta original. A declaração deu novo impulso à queda dos juros longos.

Para Rogério Rostagno, da EPS Investimentos, o "price action" do dia foi fortemente influenciado pelo cenário doméstico. "A sinalização fiscal positiva somada à leitura mais tranquila da inflação justificam o recuo firme dos DIs", explicou.

Apesar da melhora, Spiess alerta que os desafios fiscais seguem sendo estruturais, e o movimento de queda nos juros futuros reflete, principalmente, a percepção de menor pressão inflacionária no curto prazo.

Resumo: