São Paulo atrasa direitos de imagem e convoca cúpula para conter crise no CT
Elenco enfrenta pendências de até três meses; diretoria busca reação após sequência de derrotas e pressão por vaga na Libertadores
FUTEBOLAtrasos no pagamento de direitos de imagem voltaram a causar tensão no São Paulo. Embora os salários pela carteira assinada estejam em dia, jogadores têm valores pendentes nessa modalidade de repasse — prática comum no futebol profissional. As pendências variam de dois a três meses.
O clube não confirma oficialmente a dívida. Pela legislação, apenas atrasos na CLT garantem possibilidade de rescisão imediata ou afastamento sem punição, o que deixa os direitos de imagem fora desse risco imediato. Ainda assim, o clima é de alerta.
Em meio a essa instabilidade, a diretoria elevou o valor do “bicho” antes do jogo contra o Mirassol, que terminou em derrota. Uma nova reunião com os atletas está prevista para esta terça-feira. O presidente Júlio Casares reforçou presença no CT da Barra Funda e também convocou o CEO Márcio Carlomagno para se integrar à rotina do elenco, na tentativa de retomar o controle.
A três rodadas sem vencer e com as chances de ir à Libertadores reduzidas para 4,4%, segundo a UFMG, o clube vive um fim de temporada marcado por cobranças internas e pouca margem de erro.
Mesmo sob forte contenção de gastos, reflexo de uma dívida que ainda gira em torno de R$ 912 milhões, o São Paulo tem buscado alternativas para equilibrar as contas. O passivo já chegou a R$ 968 milhões em dezembro de 2024.
Uma das propostas que deve ganhar força após o fim do Brasileirão é a criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) para o CFA de Cotia, centro de formação de atletas da base. O modelo prevê a entrada de investidores externos, que ficariam com parte dos lucros das futuras negociações dos jovens formados no clube.