A Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), órgão da CBF responsável por mediar conflitos entre clubes, jogadores e empresários, puniu o Corinthians com um novo transfer ban após o clube atrasar mais uma parcela da compra do volante Raniele, junto ao Cuiabá.

O time paulista tinha até sexta-feira (17) para pagar cerca de R$ 780 mil, referente à negociação que soma aproximadamente R$ 18 milhões. Segundo o clube, o prazo pode ser estendido em até cinco dias úteis, e o pagamento deve ser feito ainda nesta semana, entre quarta e quinta-feira.

Esta é a segunda vez que o Corinthians descumpre o acordo com o Cuiabá. A primeira ocorreu em julho, quando o clube mato-grossense acionou a própria CNRD por atraso no pagamento.

O novo embargo se soma a outro transfer ban imposto pela Fifa, em razão de uma dívida de R$ 33 milhões com o Santos Laguna, do México, pela compra do zagueiro Félix Torres. Com juros e correções, o valor ultrapassa R$ 40 milhões. O Corinthians tentou reverter a decisão na Corte Arbitral do Esporte (CAS), mas o pedido foi negado. O clube segue proibido de registrar jogadores por três janelas de transferências.

Além disso, o time enfrenta outros três processos internacionais que podem gerar novas punições. O Talleres, da Argentina, cobra US$ 4,3 milhões (cerca de R$ 23,3 milhões) pela venda do meia Rodrigo Garro; o paraguaio Matías Rojas reivindica R$ 40 milhões em salários e premiações atrasadas; e o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, exige 1 milhão de euros (R$ 6,3 milhões) pelo empréstimo do volante Maycon. Todos os casos aguardam julgamento no CAS.

Com dívida total estimada em R$ 2,7 bilhões, o Corinthians atravessa uma das piores crises financeiras de sua história. Em 2025, o clube contratou apenas dois jogadores: o lateral-esquerdo Angileri, em fevereiro, e o atacante Vitinho, registrado um dia antes da nova sanção que bloqueia inscrições de atletas.