Redação | 19 de outubro de 2025 - 11h45

Roubo cinematográfico no Louvre reacende alerta sobre segurança nos grandes museus

Criminosos usaram guindaste, esmerilhadeiras e fugiram em scooters em ação que durou apenas sete minutos

INTERNACIONAL
Ladrões instalaram um elevador de carga a um caminhão que foi usado para entrar no Museu do Louvre. A polícia ainda não informou como o veículo conseguiu acessar o local. - (Foto: Dimitar Dilkoff/DIMITAR DILKOFF)

Um ousado roubo no Museu do Louvre, em Paris, no domingo (19), expôs novamente as fragilidades na segurança de grandes instituições culturais. A ação, que durou cerca de sete minutos, foi digna de um roteiro de cinema: três a quatro criminosos invadiram a Galeria de Apolo, quebraram vitrines com esmerilhadeiras angulares e fugiram em scooters levando joias de valor incalculável.

Segundo o ministro do Interior da França, Laurent Nuñez, os assaltantes estavam armados, mas não houve feridos. O grupo teria invadido o prédio por uma área em obras, próxima ao rio Sena, usando um caminhão guindaste com elevador de carga para acessar o interior do museu.

O alvo foi a Galeria de Apolo, que abriga parte da coleção de joias da coroa francesa. Até o momento, o Ministério da Cultura francês não confirmou oficialmente quais itens foram levados, mas informações preliminares apontam que entre eles estaria a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, encontrada danificada nas imediações do museu.

Como foi o assalto - A cronologia do crime já é conhecida pelas autoridades:

O prédio foi evacuado e o museu permanece fechado para preservação da cena do crime. A Polícia Judiciária de Paris está conduzindo a investigação, enquanto o Ministério Público avalia a extensão do prejuízo.

Investigações e reações - As autoridades afirmam que a gangue pode estar ligada a outros crimes semelhantes, e as imagens das câmeras de segurança já estão sendo analisadas. A ministra da Cultura, Rachida Dati, informou que o item deixado para trás — a possível coroa da imperatriz — foi achado "embaixo do Louvre", indicando que a fuga foi feita às pressas.

Laurent Nuñez reconheceu que o episódio revela “grande vulnerabilidade nos museus franceses” e prometeu reforçar os protocolos de segurança. “Estamos analisando vídeos, comparando com roubos anteriores e tentando fechar brechas. Estou otimista sobre a identificação dos autores”, disse o ministro.

Histórico de roubos no Louvre - Apesar de sua fama e vigilância ostensiva, o Louvre tem um histórico significativo de furtos. O mais emblemático ocorreu em 1911, quando a Mona Lisa foi roubada por Vincenzo Peruggia, um funcionário italiano que manteve a obra escondida por dois anos.

Outros casos notórios incluem:

Com mais de 33 mil obras de arte e cerca de 30 mil visitantes diários, o Louvre é o museu mais visitado do mundo — e, como mostram os episódios recorrentes, também um dos mais visados por criminosos especializados.

Medidas emergenciais - Enquanto a investigação avança, o Louvre permanecerá fechado por tempo indeterminado. A direção do museu informou que a decisão visa garantir a preservação de vestígios e facilitar o trabalho da perícia. A expectativa é de que novas medidas de segurança sejam anunciadas nas próximas semanas, diante da repercussão do caso.