Adriana Victorino | 19 de outubro de 2025 - 11h00

Criminosos invadem Museu do Louvre e roubam joias históricas em plena luz do dia

Roubo cinematográfico na galeria de Apolo levanta alerta sobre falhas de segurança nos museus franceses

INTERNACIONAL
Policiais em frente ao museu do Louvre após o roubo neste domingo - (Foto: Dimitar Dilkoff/AFP)

O Museu do Louvre, em Paris, foi alvo de um ousado assalto neste domingo (19), quando um grupo de criminosos encapuzados invadiu o local por volta das 9h30 da manhã, horário de abertura ao público, e roubou joias valiosas da galeria de Apolo, uma das áreas mais emblemáticas da instituição.

Segundo informações do jornal Le Parisien, os ladrões usaram motosserras para quebrar vitrines e escaparam em uma motocicleta TMax após levarem itens históricos de valor incalculável. Uma das peças levadas, a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, foi encontrada do lado de fora do prédio, mas apresentava danos.

A entrada dos criminosos teria ocorrido pelo cais do Sena, onde há obras em andamento. Eles usaram um elevador de carga para alcançar diretamente a galeria, o que levanta questionamentos sobre a vulnerabilidade da segurança interna. O ministro do Interior da França, Laurent Nuñez, afirmou em entrevista à rádio France Inter que a ação foi rápida — durou cerca de sete minutos — e envolveu três ou quatro homens usando uma plataforma elevatória.

“Foi um grande assalto. Eles entraram do lado de fora com uma plataforma e roubaram joias de valor inestimável”, declarou Nuñez. O ministro também reconheceu que há uma “grande vulnerabilidade nos museus franceses” e garantiu que as investigações já estão em curso, com análise de imagens e comparação com outros crimes semelhantes. “Tudo está sendo feito para encontrar os autores o mais rápido possível e estou otimista”, completou.

A ministra da Cultura da França, Rachida Dati, confirmou nas redes sociais que não houve feridos e que o museu está fechado por "motivos excepcionais". Visitantes que estavam no local foram retirados para preservar o cenário do crime e facilitar o trabalho da polícia científica. Vídeos divulgados nas redes mostram a evacuação e o isolamento das entradas do Louvre, incluindo a icônica Pirâmide de Vidro.

Um histórico de assaltos - Apesar de sua fama mundial e segurança reforçada, o Museu do Louvre já foi cenário de outros roubos ao longo de sua história. O caso mais conhecido é o furto da Mona Lisa, em 1911, por Vincenzo Peruggia, um funcionário italiano que manteve a obra escondida por dois anos.

Em 1976, uma espada cravejada de diamantes pertencente ao rei Carlos X foi roubada e, em 1983, duas peças de armadura renascentista desapareceram do acervo — ambas recuperadas quase quatro décadas depois. O episódio mais recente, no entanto, reacende o debate sobre a eficácia da segurança em museus históricos diante de novas formas de ataque.

Investigações seguem em andamento

O Ministério Público de Paris confirmou a abertura de uma investigação por roubo e está tratando o caso como prioridade. A cooperação entre diferentes forças de segurança já foi acionada e novas medidas de proteção devem ser discutidas em caráter emergencial.

Enquanto isso, o Louvre, maior e mais visitado museu do mundo, permanece de portas fechadas até segunda ordem, deixando turistas frustrados e o setor cultural francês em alerta.