Líder do PL entra na CPI do INSS para reforçar oposição após vitórias do governo
Sóstenes Cavalcante afirma que quer recuperar força da oposição na comissão após governo Lula barrar convocações estratégicas e garantir maioria nas votações
POLÍTICAApós uma sequência de derrotas políticas na CPI que apura fraudes no INSS, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, decidiu ingressar na comissão com o objetivo de fortalecer a atuação da oposição. Ele assume como suplente no bloco formado por partidos do centro e da direita, incluindo União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, Podemos e a federação PSDB-Cidadania.
Segundo Sóstenes, a ideia é reforçar o trabalho do senador Rogério Marinho (PL-RN), que lidera a ofensiva da oposição no Senado. “Entrei para colaborar e voltar a vencer os requerimentos nas próximas semanas”, declarou ao Estadão.
A base do governo conseguiu reverter o cenário inicial da CPI, presidida e relatada pela oposição, e passou a dominar as votações mais sensíveis. Com articulação do Planalto e apoio do centrão, foram barrados pedidos de convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula, e evitada a prisão de Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, sindicato ligado ao petista.
Para aliados de Jair Bolsonaro, a movimentação representa uma blindagem promovida pelo governo e por partidos de centro. Eles afirmam que o avanço governista se deve ao “fisiologismo” do centrão e prometem reagir.
Nesta sexta-feira, Sóstenes visitou Bolsonaro em Brasília, onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar, e afirmou confiar que Rogério Marinho conseguirá reorganizar a oposição. Ele também informou que um novo requerimento para convocar Frei Chico será apresentado.
A conversa incluiu uma cobrança do ex-presidente por maior articulação entre os chefes de partidos de direita de olho nas eleições de 2026. Segundo Sóstenes, Bolsonaro pretende discutir o tema com Valdemar Costa Neto na próxima semana.
O PL também acompanha a tramitação do projeto de anistia aos investigados pelos atos de 8 de Janeiro. Segundo Sóstenes, o relator Paulinho da Força aguarda a devolução do texto pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Caso a proposta venha com punições reduzidas< >