Bolsonaro pede união da direita e cobra articulação de partidos contra Lula para 2026
Ex-presidente quer mais encontros entre líderes partidários e acompanha de perto o debate sobre a anistia do 8 de Janeiro
ELEIÇÕES 2026Cobrança direta e foco total nas eleições de 2026. Mesmo em prisão domiciliar, Jair Bolsonaro tem pressionado aliados para fortalecer a articulação entre partidos de direita e ampliar a oposição ao governo Lula. Em conversa com o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), nesta sexta-feira (17), o ex-presidente defendeu reuniões mais frequentes entre líderes de legendas alinhadas ao seu campo político.
Segundo Sóstenes, Bolsonaro quer intensificar os encontros com dirigentes como Valdemar Costa Neto, do PL, para alinhar estratégias de olho no próximo pleito presidencial. Ele também tem acompanhado atentamente os movimentos sobre a possível anistia para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, inclusive os que podem beneficiá-lo diretamente.
O líder do PL na Câmara disse que o projeto de anistia está parado à espera de devolução pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com a promessa de que será pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Caso o texto venha com limites, a bancada bolsonarista já se organiza para apresentar um destaque e tentar garantir o perdão total, como quer a base mais radical.
Além da política, Bolsonaro também comentou sobre sua rotina na prisão domiciliar. Segundo Sóstenes, o ex-presidente reclama do tédio, da tornozeleira e do incômodo com refluxo e soluços, mas tem retomado aos poucos sua rotina de exercícios físicos.
Outro ponto discutido foi a possível indicação de Jorge Messias, atual ministro da AGU, para o Supremo Tribunal Federal, no lugar de Luís Roberto Barroso. A questão foi debatida com Michelle Bolsonaro. Apesar de Messias ser evangélico, a avaliação entre os aliados é de que a escolha tem peso político, e não religioso. “Ele é petista e representa uma fração pequena do eleitorado evangélico”, disse Sóstenes, reforçando que a decisão cabe ao presidente Lula.
Com a aproximação da eleição de 2026 e os movimentos de partidos como União Brasil e Progressistas deixando oficialmente o governo, o campo da direita começa a se reorganizar. Nomes como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior surgem como potenciais candidatos para enfrentar o PT, embora nenhuma candidatura esteja definida até agora.